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quarta-feira, junho 29, 2011

A falta de um bom jornal

Postava há uns anos atrás o lamento pessoal pela falta de um Jornal, em Esposende, de qualidade.

Um Jornal que se distinguisse pela diversidade de conteúdos, opinião, paginação, e levasse os esposendenses na generalidade a fazê-lo hábito da sua leitura, como acontece com os diários nacionais ou algumas revistas.

Fazer jornalismo local nos tempos de hoje não é barato, e muitas publicações acabam por fechar, e outras acabam por perder em qualidade e quantidade dada essa condicionante.

Mas, de vez em quando, há quem arrisque ir mais além, puxando da criatividade e oferecendo novos projectos.

Foi o que se passou com o Jornal de Esposende, que embalado pela Esposende Tv, surgiu com novo figurino, sendo um agradável quinzenário que acompanhava com pormenor o que se ia passando pelo concelho, tendo uma secção de entrevistas bem interessantes.

Mas o fim da Esposende Tv ditou novo fim do Jornal de Esposende, e o Concelho voltou a ficar mais pobre.

Houve alguém que tentou lançar uma nova publicação "Notícias de Esposende", mas só lhe conheci 2 números até à data. Não sei se esse projecto morreu à nascença.

Sou do tempo em que o Jornal de Esposende tinha uma secção feita pelos alunos da Escola EB 2 e 3 António Correia de Oliveira, em que o Farol de Esposende tinha uma boa secção desportiva, mas tudo isso e muito mais foi-se perdendo pelo tempo.

Boas apostas que merecem ser recuperadas.

Afinal de contas, um jornal é um meio de aproximar a terra ao seu habitante, pelas notícias que conta, e pelas pessoas e locais que lhes dão a conhecer.

sábado, junho 25, 2011

U2 @ Glastonbury

30 anos de carreira, currentemente a fazer a Tour mais lucrativa de sempre, mas ainda assim não satisfeitos. É esse o espírito que move os U2 e os torna numa banda à parte.

De 1980 a 1985, como qualquer banda que se tenta lançar por conta própria no panorama musical, também os U2 andaram a percorrer a Europa e EUA por tudo que era festival (desde Vilar de Mouros até Roskilde na Dinamarca).

A partir do momento em que ganharam embalo próprio, deixaram-se de festivais, actuando apenas pontualmente nos festivais de cariz caritativo.

No entanto, no currículo da banda havia uma brecha: Glastonbury, o maior festival da Europa.

No ano passado, quando se assinalavam os 40 anos do Festival, os U2 seriam a prenda especial: uma noite só para eles.

A lesão nas costas do Bono alterou os planos e ficou adiada a estreia dos U2 neste mítico Festival, e com ela o seu regresso aos Festivais. Poucos acreditavam que a banda pudesse fazer nova tentativa este ano, sobretudo quando no mês em que decorre Glastonbury os U2 estariam e estão pelos EUA.

Mas a verdade é que a banda fez disso ponto de honra, e ontem à noite, fez, finalmente, a sua estreia no único Festival que lhes faltava na sua história.

Diz quem assistiu que foi uma noite épica. Que os U2 não precisam de 360º pra mostrarem quão banda de rock excelente são.

Valha-nos a BBC que transmitiu o concerto e a oportunidade que nos dá de confirmar isso mesmo. Para U2fan é um must!

Por muitos especiais que tenham sido os concertos este ano dos U2 no Brasil, Argentina, África do Sul ou EUA agora, não tenho dúvidas que este ano fica marcado por Glastonbury. Foi even better than the real thing!

terça-feira, junho 21, 2011

Deselegante retirada

A de Villas-Boas como treinador do Porto.

O contributo para o sucesso de uma época que fica na história do clube passou para 2º plano. Para os adeptos este treinador será sempre um desertor.

Não é fácil avaliar a posição de Villas-Boas. 5 milhões são 5 milhões e mexem com qualquer um. O problema está nas juras de amor ao clube, que Villas-Boas tanto apregoou, e que a certa altura serviram até para os adeptos relegarem para 2º plano as conquistas de Mourinho que, afinal, não era um verdadeiro portista.

Curiosidade das curiosidades, agora Mourinho salta aos olhos dos adeptos como exemplo de quem aspirando mais altos voos, não deixou no entanto de ser correcto e transparente na hora de retirada junto do clube.

Villas-Boas poderia ter conduzido o processo de outra forma. Não como está a fazer. Apanhando o clube de surpresa e enviando faxes.

Ainda é cedo para avaliar se a saída de Villas-Boas é ou não o melhor acontecimento do defeso para Sporting e Benfica. Mas que é o acontecimento da pré-época, disso não tenho dúvidas.

segunda-feira, junho 20, 2011

Nobre retirada



Há valores que falam mais alto do que a praxe parlamentar que António Costa ou Vital Moreira apregoaram, a propósito da nomeação de Fernando Nobre como presidente da AR pelo PSD.

Como cidadão, não vejo como é que para 2ª figura da Nação poderia ir uma pessoa que já foi mandatário do Bloco de Esquerda, apoiante do PSD e do PS, candidato a Presidente da República com discurso anti-políticos.

Fica o arranque da nova legislatura marcada por este mau começo, embora o PSD não tenha dificuldades em encontrar outra figura ainda mais válida que Nobre para ocupar o posto.

Sem tarimba

Gosto do Frederico Gil, e já ninguém lhe tira as credenciais conquistadas na história do ténis luso, de que a presença na final do Estoril Open e nos quartos-de-final do Open do Mónaco são os pontos mais altos.

No entanto, nos Grand Slams, o tenista luso tem uma crónica dificuldade em mostrar a sua marca, sendo consecutivamente eliminado das 1ªs rondas, como aconteceu hoje, mais uma vez, em Wimbledon.
Começa a criar-se um karma negativo entre os Grand Slams e Frederico Gil...

XII legislatura

Começa hoje a XII legislatura.

230 deputados tomam hoje assento numa legislatura que se prevê a mais difícil e exigente dos últimos 30 anos. Está nas mãos do Governo, dos deputados que o apoiam, e também nos deputados do PS, principal partido da oposição, a dura tarefa de levar a cabo as medidas da troika, que visam corrigir nuns casos, e erradicar noutros, os maus hábitos políticos e orçamentais que se foram acumulando nos últimos anos e, ao mesmo tempo, conseguir a proeza de pôr o País a crescer economicamente.

Por isso, todas as palavras só podem ser a de boa-sorte para os eleitos. O sucesso pessoal deles será o nosso sucesso. Desejar que as coisas corram mal será contentarmo-nos com a infelicidade do País.

Esta legislatura, por uma razão extra, adquirirá, pessoalmente, ainda maior significado.

O meu primo João Gonçalves Pereira, presidente da concelhia de lisboa do CDS-PP, será um dos 230 parlamentares que hoje tomarão assento na AR. Não é todos os dias que temos um familiar próximo no centro da vida política portuguesa. Foi com grande alegria que vimos a sua eleição indirecta (por força da nomeação de Pedro Mota Soares para o Governo), e que tenha os maiores sucessos pessoais nesta nova fase da sua carreira política, porventura, o seu momento mais alto.

sexta-feira, junho 17, 2011

11

Finanças - Vítor Gaspar
Economia - Álvaro Santos Pereira
Negócios Estrangeiros - Paulo Portas
Justiça - Paula Teixeira da Cruz
Administração Interna - Miguel Macedo
Assuntos Parlamentares, Autarquias e Desporto - Miguel Relvas
Educação e Ensino Superior - Nuno Crato
Segurança Social - Pedro Mota Soares
Agricultura, Ambiente e Território - Assunção Cristas
Saúde - Paulo Macedo
Defesa - Aguiar-Branco

Primeiras impressões


- O Governo só tem 2 mulheres na sua composição. São ambas de grande valia e competência, mas o número é muito baixo.

- Parece-me que as escolhas do CDS não foram as mais certeiras. Assunção Cristas tem mais perfil para pasta económica ou social, e não para a agricultura. Pedro Mota Soares seria um bom ministro dos assuntos parlamentares. No entanto, o facto de ter boas provas dadas como negociador poderá jogar a seu favor nas relações com os parceiros sociais.

- Paulo Macedo, homem forte da banca e dos impostos, será que vai acabar com o buraco da Saúde?

- 2 independentes nas pastas fortes das Finanças e Economia é aposta de risco de Passos Coelho. Não os conheço, mas estou muito curioso para ver o seu desempenho. Academicamente têm uma boa apresentação. Mas vai ser necessária grande musculatura política.

- Nuno Crato, um bom investigador e independente cuja integração nas lides políticas se saúda. Vai ter que se haver com o irascível Mário Nogueira da Frenprof. Boa sorte!

quinta-feira, junho 16, 2011

Vergonha

Isto é das coisas mais vergonhosas que já vi no sistema judicial... Venham agora os paladinos da "moral e dos bons costumes" defender esta cambada de incompetentes. Não só aqueles que copiaram, mas também aqueles que tiveram a ideia luminosa de "correr" toda a gente a 10.
Onde está a diferenciação daquele que não prevaricou??? É esta a "classe" profissional que se mostra sem classe nenhuma, é este o destino da justiça no nosso Portugal.

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quarta-feira, junho 15, 2011

Enxovalhar os símbolos


"Despeço-me do Benfica, desejando toda a sorte do Mundo e com a certeza de ter dado tudo por esta camisola dentro e fora do campo. Gostaria de me ter despedido dos Adeptos dentro de campo para lhes agradecer tudo o que me deram, mas encontrarei outra forma de o fazer. Obrigado por tudo. Forte abraço. Nuno Gomes".

Aquele que é (e continuará a ser durante muito tempo) um dos jogadores mais concretizadores da história centenária do clube da Luz (e um dos nomes mais sonantes de todo o futebol nacional) foi humilhado, vezes sem conta, por um técnico que, depois de ganhar um campeonato, passou a pensar e agir como se fosse a figura encarnada mais consensual depois de Eusébio.

Não sou benfiquista, mas tenho consideração e respeito pelo Nuno Gomes, um bom jogador, que deu sempre o corpo ao manifesto, jogando de forma correcta contra os adversários.
A forma como sai do Benfica não dignifica o clube. Muito pelo contrário. Como diz e bem Luís Avelãs, Jorge Jesus é indiscutivelmente um bom treinador, mas péssimo condutor de homens.
Ainda nos riremos muito com a compra a eito de jogadores que o Benfica tem estado a fazer...

terça-feira, junho 14, 2011

Wake Up

Quando o sono aperta no trabalho e é necessário alento para enfrentar o dia...
Nada melhor que uma canção poderosa, e que recordações me traz esta canção.. 2005 em pleno Alvalade!!!



É bom quando algumas músicas saem assim do baú!!!

segunda-feira, junho 06, 2011

No comments

1998 - 4 de Março, Rui Pedro, menor de idade, é visto pela última vez na companhia de Afonso Dias, 21 anos, que o levara a um encontro com uma prostituta

5 de Março 1998 - 6 de Junho 2011 - Rui Pedro nunca mais voltou a casa; a Polícia fez várias diligências mas sem sucesso.

2011 - Lembraram-se de retomar o caso e falar com o Afonso Dias. Hoje decide-se que vai a julgamento.

É óbvio que Afonso Dias sabe algo sobre o rapto. A pergunta é: por que é que levaram tanto tempo?

Ninguém saberá o desfecho deste caso, mas poderia-se poupar a família a estes anos de doloroso sofrimento, em que sempre pediram para que Afonso fosse ouvido e se razões houvesse levado a julgamento, e a Justiça cega, surda, muda, paralítica, só agora é que se lembrou de o fazer.

Portugal v12

No rescaldo das eleições que elegeram os deputados e futuro Governo da XII Legislatura, faço aqui a minha leitura dos resultados da noite eleitoral:




PSD




Mais: Afasta Sócrates de cena (duplamente: do Parlamento e da vida política activa), conquista as eleições com uma margem vitoriosa inequívoca (ao contrário do que as melhores sondagens lhe apontavam), e assume um discurso estadista no sentido de dotar o País com a melhor equipa de trabalho e o mais rapidamente possível.


Sabe que o tempo não pode esperar, que a responsabilidade é enorme, e que os momentos exigem que se governe para o País e menos para os votos ou para agradar as clientelas partidárias.


Passos Coelho terá na pressão dos "boys" que querem assaltar os lugares ocupados pelos socialistas o seu primeiro grande desafio. Se souber controlar o aparelho partidária, não permitindo que este assalte a máquina do Estado com o número exagerado de assessores e respectivos salários obscenos, estará a dar um sinal forte ao País que não deixará de o interpretar convenientemente nos tempos que exigirão grandes sacrifícios aos portugueses.




Menos: Estando tão perto da maioria absoluta houve quem quisesse fazer desse facto o acontecimento negativo da noite vitoriosa de ontem à noite.


Pessoalmente, acho que não faz sentido estarmos aqui a falar de um menos. Nunca, nas melhores expectativas, o PSD poderia esperar por um resultado como aquele que obteve. Como tal, a aspiração à maioria absoluta nunca esteve nas cogitações do Partido, pelo que só por delírio é que se poderá querer manchar o brilho da vitória com esse não-facto.




PS




Mais: Sócrates sai de cena, não se mostra agarrado ao poder, e tem o gesto bonito, na hora da derrota, de pedir aos socialistas presentes que o acompanhassem na salva de palmas ao vencedor das eleições. Não me lembro, de noites eleitorais passadas, de ver o líder derrotado ter esse gesto de fair-play perante o principal adversário. O gesto ficou bem a Sócrates e seria bonito que começasse a fazer escola.




Menos: Uma derrota estrondosa. O povo caiu na real e não foi mais no País das maravilhas, onde o mal só acontece aos outros, que Sócrates tão brilhantemente vendeu nos últimos anos. Foi mau demais! Para não falar da fraca campanha que fez, em que à falta de melhores ideias, foi uma autêntica cassete, a debitar o mesmo discurso, e com algo inédito em campanhas, que foi evitar o contacto com o povo, não fosse alguém dizer-lhe das boas e verdades. Rodeado por seguranças e pelos jotinhas só se deixou aproximar por quem lhe daria jeito, como foi o triste caso com Fábio Coentrão. Mas nem essa cena patética convenceu. Finalmente que os portugueses mostraram bom senso!




CDS



Mais: Consolida a margem dos 2 dígitos, aumenta o número de deputados, e voltará ao Governo em coligação, em melhor relação de forças do que a de 2002, quando se juntou ao PSD de Durão Barroso.


Paulo Portas fez um óptimo trabalho de refundação da equipa de deputados do CDS, reconhecida pela competência e qualidade de vários dos seus membros.


No discurso de ontem Portas aludiu que este é um momento em que o País espera que os melhores saltem para a frente, e o CDS sabe que só terá a ganhar se colocar figuras de prestígio em lugares-chave que lhe forem atribuídos pelo PSD.


Para Paulo Portas poderá também ser a concretização da velha ambição pessoal de ser Ministro dos Negócios Estrangeiros.




Menos: A vida tem destas curiosidades. O CDS foi sempre um partido que conseguiu melhores resultados do que os apontados pelas sondagens.


Ora precisamente nas eleições em que as sondagens lhe eram mais favoráveis, em vez de colocar um certo distanciamento, o CDS quis aproveitar a onda, e colocou a fasquia alta. Mas os esperados 13% não se concretizaram, e face às expectativas criadas, a vitória que teve, e que ninguém lhe tira, perde algum do seu brilhantismo uma vez que não correspondeu inteiramente ao que os populares esperavam.


Fica a lição para o futuro. As sondagens valem o que valem e convém não condicionar a agenda política a partir delas.




CDU


Mais: O único partido da esquerda com razões para festejar.


Não sofreu baixas face às últimas eleições, consolida-se como a 4ª força política do País, e vê o principal rival, o BE, sofrer uma estrondosa derrota que deve ter alegrado e muito os militantes da Soeiro Pereira Gomes ontem à noite.




Menos: Já se sabe que o PCP é melhor a fazer oposição a partir da rua do que no Parlamento. O País deu ontem à noite um sinal claro e inequívoco sobre a liderança que pretende, para cumprir o programa de Governo nos próximos 4 anos. Assim como foi claro quanto ao mandato que quis atribuir ao PCP.


Pois o PCP já veio dizer que está pronto para ir pra rua defender os precários e oprimidos, contra este governo de centro-direira, no que não deixa de ser extraordinário.


O PC quer impor o seu pensamento e a sua agenda contra a opção que os portugueses, em liberdade, tomaram ontem à noite. Que me desculpem os comunistas, mas isto de partido democrático não tem nada.




BE



Mais: O surrealismo do discurso de Francisco Louçã. Teve uma copiosa derrota mas falou como se nada tivesse acontecido. Foi o momento "ministro da propaganda do Iraque". O Bloco levou uma hecatombe daquelas, e os bloquistas aproveitaram para fazer mais um comício de propaganda, como se ainda estivéssemos em campanha eleitoral.


Aquele apelo aos aveirenses "estejam descansados, que vamos zelar por vós" foi o must dum discurso alheado da realidade.




Menos: O grande derrotado da noite, a par de Sócrates.


Perde metade da votação, perde metade dos deputados (figuras como José Manuel Pureza, líder parlamentar, ou José Gusmão, que davam a cara pelo Partido nas televisões, não foram eleitos!) e fica agora num sarilho tremendo, pois sem causa fracturante com que se bater, e nunca tendo mostrado disponibilidade nem razoabilidade para poder ser parceiro de Governo, confronta-se com a pergunta que desde sempre tentou ignorar: afinal, para que serve o Bloco de Esquerda?


É que o PS perdeu cerca de 10% de votação, só que essa não se reflectiu numa transmissão de votos para o Bloco. Pelo contrário, também o Bloco perdeu expressividade e em metade!!


Afinal de contas, o eleitorado do Bloco não é tão fidedigno como a sua Comissão Política poderia achar...


Espero que seja o princípio do fim do Bloco. É uma salada de frutas das várias tendências de pensamento esquerdistas do mais radical que se conhece, sem um fio condutor, querendo dar a aparência (e que conseguiram dar durante vários anos e com sucesso) de serem modernos e moderados, coisa que, claramente, não são.

sexta-feira, junho 03, 2011

O coleccionador de comícios

Ontem, pelas 22h30, enquanto jantava, ia ouvindo na SIC Notícias José Sócrates em mais um comício de campanha, desta feita em Viana do Castelo.

Dizia o jornalista que era o antepenúltimo discurso da campanha, uma vez que o candidato do PS partiria daí a minutos para Barcelos onde faria novo comício.

Dei comigo a pensar: mas quem é que, em semana de trabalho, fica acordado até tão tarde para ouvir um candidato? Só mesmo os indefectíveis do partido.

Porque o cidadão comum, sem militância, e que por esta hora possa estar indeciso sobre em quem votar, decerto que tem mais que fazer, do que ficar a penar até tão tarde para ouvir um candidato a quem já começa a faltar a voz.

Estas 2 semanas de campanha provaram que as arruadas ou os comícios non-stop, que se há 10 anos atrás ainda surtiam efeito, hoje em dia já são de validade duvidosa.

Quando lemos que Sócrates anda nas arruadas protegido por seguranças e pelos membros da JS, não vá algum popular indisposto deixá-lo ficar mal, depois não admira que não tenha a adesão popular suficiente para ganhar no próximo domingo.

quinta-feira, junho 02, 2011

Comércio do Porto

Leio que foi neste dia, no ano de 1854, que foi fundado o jornal "Comércio do Porto", extinto em 2005.

Devo ao "Comércio do Porto" e ao jornal "A´Bola" o início da minha paixão pela escrita jornalística, dados os artigos cativantes que traziam as suas edições, fazendo com que me deliciasse a folhear as suas páginas, passando a vista em cima pelos artigos que traziam.

Gostava muito do "Comércio do Porto" e foi com pena que acompanhei a sua perda de fulgor, começando a ser ultrapassado por outras publicações, em particular o "Jornal de Notícias", que a certa altura começou a ser o periódico lá de casa.

Deixei assim de ler o "Comércio", embora torcesse pela sua recuperação. Mas como a crise económica é madrasta para jornais em grandes dificuldades, o "Comércio" sucumbiu, para não mais voltar. Assim como o "Salgueiros", outra instituição nortenha de relevo.

No entanto, o "Comércio" deixou a sua marca, e hoje que se assinala o seu nascimento, não queria deixar aqui de prestar a minha homenagem a esta publicação que tanto contribuiu para o meu enriquecimento de vocabulário e paixão pela língua materna, que embora complexa, não deixa de ser bonita.

quarta-feira, junho 01, 2011

Histórias e Morais


«O que é este livro?

Este livro é um conjunto de textos, na sua quase totalidade publicados recentemente em vários jornais e outras revistas periódicas (Público, Diário de Notícias, O Comércio do Porto, Jornal de Notícias, Voz da Verdade, Magazine Grande Informação, etc.).

Embora o autor tenha conseguido levar à falência algumas destas publicações, as sobreviventes não lhe devem o prodígio da sua existência, nem são responsáveis pelo teor dos seus escritos. (…)

4. Não compre este livro:

4.1. Se não souber ler (ou seja, não basta ser licenciado).

4.2. Se não souber português clássico ou antigo, pois não foi escrito segundo as regras do «A cor do horto gráfico».

4.3. Se tem alergia ao socialmente incorrecto.

4.4. Se padece de algum tipo de fundamentalismo religioso ou ateu.

4.5. Se perdeu o bom humor ou um mínimo de sentido comum, que é o menos comum de todos os sentidos.

4.6. Se não lhe apetecer. (…)

6. Informação importante sobre alguns ingredientes do livro:

6.1. Q.b. de doutrina católica, apostólica, romana, segundo as directrizes do magistério da Igreja, mas cabendo ao autor toda a responsabilidade pelas posições assumidas.

6.2. Contém produtos genuinamente sobrenaturais – como a fé, a esperança e a caridade – com certificação de origem. (…)»


Já está nas bancas o mais recente livro de Gonçalo Portocarrero, brilhante sacerdote, eminente escritor e um querido amigo de longa data.


A obra reúne 66 artigos do autor publicados nos últimos anos, em diversas publicações, e que versam temas da actualidade, desde as questões fracturantes que ocuparam a sociedade portuguesa nos últimos anos, passando pelos mais recentes acontecimentos vividos pela Igreja (a sucessão de João Paulo II por Bento XVI, os escândalos da pedofilia, a visita do Papa a Portugal). Saramago e a Gripe A também merecem tratamento na obra.


Denominador comum a todos os artigos é o humor fino com que os temas são abordados, e uma escrita rica e desassombrada, permitindo ao leitor uma leitura suave, sem perder o interesse ao longo das quase 250 páginas.


Sou suspeito por recomendar este livro, pela declaração de interesses acima referida, mas faço a sua publicidade pois merece a pena ser lido.


Em tempos unanimemente reconhecidos como de perda de valores na sociedade ocidental, faz bem à saúde mental lermos sobre os temas dominantes através duma perspectiva como eles devem ser olhados. Sem preconceitos, mas firmes a esses valores.