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segunda-feira, janeiro 12, 2009

Tradições

Ontem durante a tarde, uma tarde calma e fria de domingo, depois de bem "abastecido" com almoço em familia, fui dar uma volta pelas ruas da minha cidade.
A cidade mudou, e muito, não só no sentido urbano, mas também nas pessoas que nela habitam. Dei por mim no Largo Rodrigues Sampaio, a olhar para os centenários bancos da igreja onde "jaziam" impavídos e serenos os "velhos e velhas do jardim", a apanhar um bocado dos raios solares que nos aquecem o corpo no meio deste gélido tempo.
Recordei-me de uma tradição que morreu, que me leva aos tempos de menino. Não é que esses tempos sejam longiquos, mas são tempos que foram e não voltam mais, são tempos que fazem parte do grandioso livro de recordações.
Refiro-me ao "Bazar do Menino". Muitos de vocês nem saberam do que se trata e se calhar nunca assistiram a nenhum.
Acontece que há uns anos atrás, quando nas igrejas existiam verdadeiros presépios (agora existem, mas sem o destaque de antigamente, na minha modéstia opinião, mas são contas de outro rosário), aqui em Esposende existia a tradição de se depositar prendas para o menino. Consistia isto em deixar pequenos presentes, dos mais variados genéros no presépio da igreja. Esses presentes eram então recolhidos e depois pelos primeiros dias de Janeiro, durante as tardes de Domingo era feito o "leilão" dessas prendas. O dinheiro revertia a favor da igreja, para ajudar nas mais diversas despesas.
Na porta virada a Sul da Matriz, aglomerava-se uma verdadeira multidão, pessoas que muitas delas já não se encontram entre nós, que faziam daquele momento uma verdadeira feira, com várias peripécias à mistura. Vendia-se de tudo, desde sapatos até chouriças... E no final toda a gente saia agradada com aquilo que tinha leiloado, mesmo que não soubesse o que se tratava antes de leiloar o "produto".
São tradições que desaparecem, que nos torna mais pobres socialmente, porque era ali na rua que as pessoas se juntavam e falavam e brincavam e muitas se zangavam...

O tempo não volta para trás, mas algumas das tradições podiam voltar para bem de todos!!!

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