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quinta-feira, abril 08, 2010

Há vida para além da presidência de câmara


João Cepa está desgostoso por não poder continuar a ser Presidente da Câmara de Esposende para além dos 3 anos de mandato que lhe falta cumprir. E já leva 12 à frente dos destinos do nosso burgo.
Como alternativa, e em forma de brincadeira, pondera a hipótese de concorrer a uma autarquia vizinha para poder continuar a ser presidente de câmara. No entanto, não precisa dir tão longe. Sempre poderá fazer como Vladimir Putine, e meter alguém da sua confiança à frente da Autarquia, para 4 anos depois voltar a concorrer. Porque não?
Como já referi oportunamente, acho que os mandatos de Presidente de Câmara devem ser limitados. Assim como o de Primeiro-Ministro. Em comum, têm o facto de serem cargos sujeitos a grande desgaste, pressão e muita responsabilidade também. Envolvem a decisão de projectos estruturais, muitos orçamentos, e com o passar dos anos, o que se ganha em experiência, perde-se em frescura de ideias e capacidade de renovação. Daí a importância da renovação dos ciclos. Há que dar lugar aos mais novos. Se Alberto Figueiredo assim pensasse, por exemplo, João Cepa nunca teria a oportunidade de ser o mais jovem presidente de câmara do País. Julgo que Esposende não precisa de copiar o triste exemplo de Braga onde mora o mais antigo dinossauro autárquico do país.
João Cepa tem sido um bom presidente de câmara, e sendo novo, com experiência adquirida, poderia usar esses talentos em novos voos. Acho incrível como é que sendo o PSD de Esposende o concelho que mais vitórias dá ao PSD em Braga, e sendo porventura o concelho do distrito mais representativo do Partido (que não tem Braga, Barcelos nem Guimarães), Esposende não tenha 1, ou até mesmo 2 deputados, do Concelho na Assembleia da República. Pior, como é que nas sucessivas eleições legislativas Esposende nunca mete ninguém?
Em conclusão, considero que João Cepa poderia capitalizar a boa experiência autárquica acumulada para um plano nacional (deputado, por exemplo). A vida é assim mesmo. Um ciclo fecha-se, para outro se abrir logo de seguida.
A carreira de liderança autárquica (e governativa), por natureza, deve ser uma vocação de serviço público e não de carreirismo público.

3 comentários:

João Paulo Torres disse...

Caro FM,

não poderia estar mais de acordo com o seu post.

Julgo no entanto que a brincadeira do Sr. Presidente João Cepa não é de todo inocente.

Somando a conjuntura actual:
- João Cepa apoiou, ainda que sem aparecer, Pedro Passos Coelho;
- João Cepa manifestou o desejo de que o Dr. Miguel Macedo fosse candidato à Distrital;
- João Cepa deu o seu "grito de ipiranga" aqui (http://joaocepa.blogspot.com/2009/10/obviamente-demitam-se.html), em jeito de "Ei, estou aqui!!"

Assim, neste cenário e conjuntura, João Cepa não se quer candidatar a Barcelos, nem Póvoa de Varzim, nem Viana do Castelo! Quer sim "aparecer"!

Ora, em meu modesto entender acho que é de todo legítimo que João Cepa possa ser deputado numa próxima legislatura, pela experiência e pelo respeito que os resultados "laranjas" me Esposende pois já há muito que são merecidos e que infelizmente continuam esquecidos. O meu voto teria certamente, e só espero que se tal acontecer, seja um lugar "elegível naturalmente", nunca menos que nos 5 primeiros. Esposende pelos resultados que dá ao PSD não merece ir no lote das "repescagens".

Quanto ao "há vida para além da presidência da câmara"... permite-me em jeito de conclusão o "olhe que não, sr. deputado, olhe que não" :)

E a opção de meter lá alguém por 4 anos... não é viável :) já um "tentou a proeza" e deu no que todos sabemos :)

Francisco Melo disse...

João, obrigado pelo teu comentário. Trata-se de uma leitura interessante sobre os sinais que João Cepa tem vindo a dar nos últimos tempos.

Não sei se João Cepa já está efectivamente a trabalhar para “aparecer”, mas caso seja esse o propósito talvez os meios não estejam a ser os melhores.

Nomear um representante concelhio para um lugar elegível nas listas para as legislativas era o mínimo “olímpico” que se lhe exigia. Não o ter conseguido, por fraqueza ou falta de vontade, é um mau indicador sobre a relevância do PSD de Esposende a nível distrital, e um mau começo para quem quer agora tentar obter notoriedade partidária.

Apoiar Miguel Macedo à Distrital (ou o candidato de Famalicão que agora se perfila) e ir na lista como seu vice ou noutro lugar de relevo, isso sim, seria aparecer em grande. Não conseguir influenciar essa lista supõe, mais uma vez, a pouca força da concelhia esposendense a nível distrital.

João Cepa tem alguns bons números a seu lado para se poder afirmar no Distrito (concelho com maiores vitórias para o Partido; concelho bracarense, a par de Famalicão e eventualmente Vila Verde, onde o PSD detém a liderança). E deve mesmo tentar. Porque quando se fizer o balanço do seu (longo) mandato à frente de Esposende e do PSD local, ficará para a história como grande vencedor das sucessivas eleições locais, mas ao mesmo tempo, aquele que não conseguiu afirmar o PSD Esposende a nível distrital e nacional como os resultados locais o reclamam.
Nem a eleição de Couto dos Santos para o Parlamento poderemos reclamar como nossa, visto que foi candidato por outro distrito. Maior ironia sobre o estado da nossa política concelhia não poderia haver....

Anónimo disse...

Nao sei quem e que corre mais para a Camara Municipal... Se Joao Cepa, se qualquer outro, ou se nao sera o proprio autor deste blogue que comeca agora uma corrida de fundo...