No rescaldo da demissão de Miguel Macedo e consequente saída do Governo, vários comentadores políticos, em especial da ala do PSD, como Marcelo Rebelo de Sousa, Luís Marques Mendes ou Nuno Morais Sarmento, saíram a terreiro defendendo que Passos Coelho deveria aproveitar a oportunidade (única) para levar a cabo uma ampla reforma governamental.
Segundo os autores, esta remodelação mostra-se fundamental se Passos Coelho ainda tem aspirações a continuar como Primeiro-Ministro, depois das eleições de Setembro/Outubro do próximo ano.
A entrada de novos elementos, com outra combatividade, e a saída de governantes bastante desgastados (casos de Nuno Crato ou Paula Teixeira da Cruz), permitiria ao Governo, ainda de acordo com os iluminados autores, surgir com outro élan aos olhos dos portugueses, numa altura em que se mostra bastante desgastado.
O pequeno grande pormenor que os destacados membros do PSD se esquecem é que a menos de 1 ano de eleições, dificilmente alguma individualidade reputada, daquelas que surgiriam a bons olhos junto dos portugueses enquanto ministro(a), aceitará deixar o conforto da sua vida pessoal e profissional para ingressar num qualquer ministério cujo domínio dos assuntos leva tempo e que, a poucos meses, irá entrar em auto-gestão.
Percebe-se a necessidade da remodelação, mas a oportunidade não se mostra de todo favorável.
Passos Coelho e Paulo Portas devem preocupar-se em acabar bem o mandato. Não serão novos elementos que ajudarão a isso. São os que lá estão. Aguentem-se!, como diria o outro.
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