Sob o lema “Enraizados e edificados em Cristo, firmes na fé” (cf. Cl 2, 7)”, Madrid acolheu no passado mês de Agosto a XXVI Jornada Mundial da Juventude.
Tratou-se de um grande encontro global de jovens dos cinco continentes com o Papa Bento XVI, no qual tive a felicidade pessoal de poder assistir e participar.
Durante uma semana a cidade de Madrid foi literalmente invadida. Mas não pense o caro leitor que se tratou de alguma invasão hostil, bem pelo contrário. Foi antes sim uma invasão de vida, alegria e jovialidade, colorida com as bandeiras dos mais de 170 países que aí se fizeram representar.
Durante uma semana a cidade de Madrid foi literalmente invadida. Mas não pense o caro leitor que se tratou de alguma invasão hostil, bem pelo contrário. Foi antes sim uma invasão de vida, alegria e jovialidade, colorida com as bandeiras dos mais de 170 países que aí se fizeram representar.
Por onde se andasse nas calles de Madrid era impossível ficar indiferente à festa que os grupos de jovens iam fazendo, mesmo que debaixo de um tórrido calor veraneante, mas sem nunca desmorecerem.
Estações de metro, igrejas, museus, praças, parques, esplanadas, muitos eram os lugares onde jovens oriundos dos mais diversos países do mundo se cruzavam, trocando palavras, sorrisos e ofertas entre si, muitas vezes mesmo sem falarem a mesma língua, mas seguros do denominador comum que os juntava naquele espaço por esses dias, Cristo Senhor.
Estações de metro, igrejas, museus, praças, parques, esplanadas, muitos eram os lugares onde jovens oriundos dos mais diversos países do mundo se cruzavam, trocando palavras, sorrisos e ofertas entre si, muitas vezes mesmo sem falarem a mesma língua, mas seguros do denominador comum que os juntava naquele espaço por esses dias, Cristo Senhor.
Devidamente identificados pela t-shirt, mochila ou chapéu que trazíamos, sempre que andávamos na rua éramos muitas vezes abordados, ou tomávamos nós a iniciativa de abordar algum peregrino de outro país, perguntando-o de onde era, etc. Muitos deles, ouvindo que vínhamos de Portugal falavam logo de Fátima, ou porque tinham feito escala em Portugal para ir até lá, antes de Madrid, ou porque já tinham estado lá em peregrinação, ou ainda porque expressavam de ir lá um dia conhecer. Foi uma experiência muito gratificante.
Outro aspecto muito positivo foram as jornadas de catequese de terça a quinta, sendo que tivemos a sorte de uma das Igrejas onde seriam dadas as catequeses em português ficar precisamente à frente do nosso hotel. Tratava-se da Igreja de San Sebastian, um lugar muito especial, berço de Santa Maravilhas de Jesus e outros dois beatos espanhóis, para além de ter sido a Igreja onde foi baptizado....Miguel de Cervantes.
Estava sob controlo dos peregrinos brasileiros que logo no primeiro dia não conseguiram esconder o segredo bem guardado de que iriam acolher as próximas Jornadas, o que desde o início fez com que vivessem a Jornada de Madrid de uma forma ainda mais intensa, contagiando todos os presentes à sua volta. Desde as músicas de aquecimento, passando pelas catequeses dadas pelo arcebispo do Rio de Janeiro, D. Orani, e pelo Cardeal de São Paulo, D. Scherer, todas excepcionais, foi tudo muito bem organizado. Até mesmo os testemunhos de fé, que sucediam às palestras foram muito enriquecedores. Histórias de vida que são exemplo de força e coragem para cada um dos presentes, mostrando ser possível levantar depois de cair, mesmo quando a queda é muito dura.
Ver o Santo Padre era um desejo e objectivo íntimos que trazíamos para Madrid. Mas quando a esta vontade pessoal se junta igual sentimento de outro milhão de pessoas, passamos para o capítulo da....missão impossível!
Dos 4 eventos presididos pelo Santo Padre, apenas num tive a possibilidade de o avistar. Em 2 apenas através dos ecrãs de televisão, e noutro, a famosa noite de adoração em Cuatrovientos marcada pela tempestade de Verão nem no recinto consegui entrar tal era a multidão que já enchia o espaço, maneiras que regressei mais cedo ao hotel conseguindo fugir à chuva que depois se veio a abater sobre a cidade, e também foi uma forma de descansar mais um pouco para melhor poder preparar a manhã intensa que se seguiria.
Não podiam ter sido mais marcantes e encorajadoras as palavras dirigidas aos Jovens pelo Papa Bento XVI na Jornada.
Logo no primeiro dia, na saudação dirigida aos peregrinos de língua portuguesa referiu “A todos convido a subir até à fonte eterna da vossa juventude e conhecer o protagonista absoluto desta Jornada Mundial e – espero – da vossa vida: Cristo Senhor.” O Santo Padre apelou, depois, aos jovens para que construam as suas "vidas sobre o alicerce firme que é Cristo" e que sejam um exemplo para toda a humanidade.
Os tempos actuais oferecem acrescidas dificuldades, económicas e sociais, com particular reflexo junto dos mais novos que, saídos das escolas profissionais ou universidades, vêem, em muitos casos, as portas do mercado de trabalho fechadas por falta de oportunidades, obrigando-os a procurar alternativas que, algumas das vezes, nem o próprio país de berço ou de acolhimento conseguem oferecer.
No entanto, nem só de carências económicas e sociais se fazem as dificuldades que vão desmoronando a vida interior de muitos dos nossos jovens. Opções de estilos de vida, como o consumismo, o relativismo ou o hedonismo, são propostas que muitos optam, por à primeira vista parecerem bem mais interessantes, mas que a sabedoria que só o tempo sabe trazer acaba por demonstrar que nem aí se consegue uma felicidade plena.
É perante as adversidades que o tempo moderno oferece que ganha mais actualidade o desafio feito em Madrid pelo Papa Bento XVI “Edificando-a sobre a rocha firme, a vossa vida será não só segura e estável, mas contribuirá também para projectar a luz de Cristo sobre os vossos contemporâneos e sobre toda a humanidade, mostrando uma alternativa válida a tantos que viram a sua vida desmoronar-se, porque os alicerces da sua existência eram inconsistentes, a tantos que se contentam com seguir as correntes da moda, se refugiam no interesse imediato, esquecendo a justiça verdadeira, ou se refugiam em opiniões pessoais em vez de procurar a verdade sem adjectivos”.
Depois de uma semana intensa como aquela que foi vivida em Madrid, cabe agora a cada um dos jovens presentes na Jornada tomar acção nos propósitos que aí foram deixados, procurando mostrar que, entre tantos modos de viver que hoje o mundo parece oferecer-nos – todos aparentemente do mesmo nível –, só seguindo Jesus é que se encontra o verdadeiro sentido da vida e, consequentemente, a alegria verdadeira e duradoura.
Depois de uma semana intensa como aquela que foi vivida em Madrid, cabe agora a cada um dos jovens presentes na Jornada tomar acção nos propósitos que aí foram deixados, procurando mostrar que, entre tantos modos de viver que hoje o mundo parece oferecer-nos – todos aparentemente do mesmo nível –, só seguindo Jesus é que se encontra o verdadeiro sentido da vida e, consequentemente, a alegria verdadeira e duradoura.
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