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terça-feira, junho 05, 2012

Os "ricos"



Onde quer que estejam, D. Afonso Henriques, Infante D. Henrique ou Aristides de Sousa Mendes, devem torcer-se de 2 em 2 anos, de cada vez que, em vésperas de início de uma grande prova de futebol, o País para para prestar tributo a 22 homens que não vão para a guerra, também não vão descobrir novos mundos, nem tampouco arriscar a sua pele num contexto de guerra. Não, vão apenas para um sítio lá fora jogar futebol, fazer uns treinos, e passar o resto das horas a jogar Playstation.
Gosto muito de futebol, gosto da Seleção (contrariamente a muitos, não digo que a Seleção nada me diz e só a minha equipa basta), mas não gosto nada que se assista a esta inversão de valores, e no pasa nada!
Ainda há poucos anos, na guerra entre Federação e Liga por causa dos novos estatutos, ameaçava-se retirar o estatuto de utilidade pública à Federação. Quando, no início do ano, se soube que a Seleção seria a mais gastadora de todas as que irão participar no Euro, por estranho que pareça, tal facto não motivou qualquer reação que fizesse arrepiar caminho (enquanto era tempo).
Nem Cavaco Silva, conhecido por não morrer particularmente de amores por futebol, mais conhecido por ser Presidente da República, e mais conhecido ainda por dar publicamente conta da deterioração de vida dos portugueses que se vai assistindo, teve aquela palavra que se esperaria de quem está muito preocupado com a crise social.
É muito curioso como os exemplos de humildade dos jogadores nacionais que mais retivemos foram aqueles que ocorreram após incidências do jogo, nomeadamente, após discussão violenta com árbitros e agressão a árbitro. Já o facto de haver brigas por prémios de jogo, não parece suscitar que se ponha a mão na consciência.
Não pretendo aqui levantar qualquer campanha contra "ricos, mimados e mal agradecidos". Apenas lembrar que o futebol deve ser colocado no seu devido sítio: uma diversão. Nada mais.



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