No final do ano passado, num inquérito feito pelo http://www.atu2.com/ perguntava-se, entre outras coisas, qual era o músico mais importante dos U2, e qual era o membro cuja saída a banda se iria ressentir mais. Nas respostas dadas, os fãs responderam....The Edge. Não me surpreendeu.
Bono é o frontman, o capitão, o líder da banda, mas o número 10 da equipa, o tipo de jogador que vale cada cêntimo do bilhete, aquele que arranca jogadas inesquecíveis, é o Edge.
É um músico extraordinário, que quando tive oportunidade de o ver ao vivo, trocou de guitarra pra aí umas 18 vezes, sempre senhor do seu perfeccionismo, mas correspondendo muito bem aos desafios de Bono, e interagindo muito bem com o público. Estará o leitor a pensar "mas que raio interessa o pormenor das guitarras trocadas?". Se calhar nenhum, mas normalmente um bom guitarrista toca no máximo 5, 6 guitarras diferentes por concerto, e no caso do Edge foi pelo menos uma dezena. Pequeno grande pormenor que atesta a excelência do guitarrista, sempre a figurar nos top-10 ou top-20 de qualquer publicação da especialidade, que volta e meia se lembra de escolher os maiores guitarristas de todos os tempos.
Bono é a alma da banda, mas muito do que consegue deve-o a ter a seu lado um músico extraordinário como o Edge, que lhe assegura as costas, e continua com a mesma voz como lhe ouvimos em Red Rocks, por exemplo. Aliás, pergunta-se por que é que o Edge não canta mais. Já sentimos falta de uma Numb ou Van Diemen's Land.
Lembrei-me de trazer hoje o Edge à colação, porque lhe li a frase que inicia este post, proferida há pouco tempo, e que assume inteira verdade. E porque as pessoas estão a aplaudir as suas vidas, estão também a venerar aqueles que lhe dão banda-sonora aos momentos das suas vidas, e aí, é forçoso associarmos as linhas magistralmente tocadas pelo Edge. Um fenómeno!
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