Meu Deus, que noite!
Lotação esgotada na última noite do festival (um mar de gente a perder de vista), com o melhor cartaz das 5 noites, teoricamente. E a prática veio a dar razão...
Reza a história que a inclusão dos Muse no cartaz deveu-se aos imensos pedidos feitos, que foram de tal ordem que não deram hipótese aos organizadores. Muse no cartaz era um imperativo! E em boa hora, devem hoje estar a pensar...
Infelizmente, não deu para meter os Muse como cabeças-de-série, em 1º ou 2º lugar, pelo que sendo a 3ª actuação da noite, seria de esperar um concerto de curta duração (12 músicas, 1 hora). O que se confirmou, para grande pena minha. Mas pior foi que tocaram apenas 11 músicas. Damb it!
Nas vésperas do concerto, troquei algumas impressões com outros colegas festivaleiros que iam a Muse, sobre o alinhamento possível. Era quase certo que iriam começar com a Knights, apesar de eu achar que esta ficaria muito melhor a acabar (como aconteceu no Campo Pequeno). Devo dizer que hoje revejo a minha posição. A Knights foi simplesmente de arrasar. Um início épico, que deitou a casa abaixo. Grande, grande começo! Depois veio a Hysteria, e então aí foi a p*** da histeria, hehe!
O último concerto datava de Abril, e notou-se um pouco a falta de treino, nomeadamente, pelo facto de haver algumas pausas entre as músicas para afinar guitarras. Ou talvez estas já estivessem com defeito.
É que quando se segue a New Born (aí a 5ª música) aconteceu então algo que nenhum músico gosta que aconteça, e que proporciona os maiores pavores/pânicos, que é a guitarra falhar (corda partida, por exemplo). Na New Born depois do início do piano, vem uma parte de guitarra a abrir. Entre a última nota do piano e a guitarrada a abrir o Matt Belamy costuma fazer uns sons a prolongarem (conforme terão oportunidade de escutar). Ora, sucede que assim que começa a fazer esse som, alguma corda se terá partido porque ele imediatamente se dirigiu para o técnico de guitarras, para arranjar uma guitarra de substituição. Aí também não teve sorte que ainda demorou até ter a guitarra apropriada. Bom, mas enquanto não tinha, notou-se ele e o técnico a carregarem um bocado na guitarra avariada para o efeito do som não se perder, e então vem ao de cima a maestria e genialidade dos Muse ao vivo, em que de facto são do melhor que há por aí, quando o baterista e o baixista começam a encher o som. Por momentos pensei que iam parar a música e começar de novo. Mas não, não deram a música por perdida, e até que conseguiram sair por cima. Com nova guitarra o Matt regressa eufórico, pronto pra partir a loiça, e foi o que de facto aconteceu. Não foi a New Born perfeita, mas é uma New Born que ninguém se vai esquecer. Se havia mais algum pretexto a dar para provar que os Muse são um caso muito muito sério nos dias de hoje (e por isso também a minha 2ª banda preferida), a execução da New Born, com todas as adversidades, foi disso um gritante exemplo.
Terminada a New Born, com todo o público eufórico, o Matt regressa ao piano. Queres ver que vai tocar a Feeling Good? É que não estão bem a ver, se havia razão principal para querer ver os Muse, para dar 53€, era eles virem tocar essa música. E mal começa a tocar no piano as primeiras notas, foi outra histeria! A minha primeira vez de Feeling Good!!! Extraordinário! Uma música intemporal! Depois disto, já tinha realizado a vinda ao RiR...
As outras músicas que se seguiram, todas extraordinárias, não foram surpresa face aos alinhamentos anteriores: Starlight, Plug in Baby, Time is Running Out, Stocholm Syndrome e Take a Bow. A meios da Plug, a atenção desviou-se para a enorme pressão humana que vinha lá de cima (estava aí a umas 15/20 cabeças do palco), malta pra mochar nos Offspring, e então outros valores levantaram-se mais alto, nomeadamente, não acabar nalguma caixa do Bom Petisco. A Take a Bow foi a música que finalizou a actuação, e também ela muito valorosa.
Terminada a actuação, fica a sensação de que soube a muito pouco, mas não menos maior era a de que se assistiu a um concerto muito muito bom. Apesar de os concertos das bandas a solo serem muito melhores, devo dizer que este mesmo assim conseguiu encher as expectativas. Por contrapartida por exemplo aos Pearl Jam no Alive que não conseguiram serem tão arrebatadores como foram nas noites do Atlântico.
Estava todo roto de saltar, cantar, defender-me de alguns esmagamentos, do cheiro a ganza, do cheiro podre dos sovacos sempre que as pessoas levantavam as mãos, mas lá consegui sobreviver!
Foi no entanto uma noite muito muito boa, em que para além dos Muse, gostei muito de ver os Kaiser e até mesmo os Linkin Park, numa actuação nada a ver com a do ano passado, e que, segundo os jornais, terá até sido a sua melhor de sempre em Portugal. Os Offspring só ouvi as 2, 3 primeiras músicas, e depois fui reconhecer o recinto. No entanto, rezam as crónicas que também foi uma actuação muito boa.
Em suma, a ida ao RiR valeu, os Muse são a melhor banda do mundo ao vivo, e fiquem aí com alguns recuerdos da actuação deles:
New Born
Time is running out
Starlight
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