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domingo, janeiro 18, 2009

As palavras do Cardeal

D. José Policarpo não deve nada a ninguém em termos de tolerância, respeito e boa vontade. Basta acompanhar os seus textos ou mensagens de que a imprensa e televisão costumam dar amplificação nacional, para concluirmos que estamos perante uma individualidade de grande craveira: intelectual, moral e ética.
As declarações do Cardeal, ou melhor, as suas recomendações às mulheres portuguesas para que pensem duas vezes antes de se casarem/juntarem a um muçulmano não oferecem nada de grave. É um facto que são culturas (bem) distintas, e o conselho para que as pessoas pensem conscientemente do passo (importante) que vão dar, não cedendo ao primeiro impulso que tenham, é um conselho natural, que qualquer pai, mãe ou irmão daria. Repare-se, o Cardeal não disse que era contra essas uniões. Apenas recomendou um pouco mais de atenção. E isto, sejamos franco, não é racismo, intolerância ou algo assim parecido.
Mas a nossa esquerda (radical) que se diz bem pensante e muito liberal ficou em polvorosa com estas palavras. Nada que não fosse de esperar. Afinal de contas, o anti-clericalismo continua a ser modo de afirmação e promoção política de alguma dessa gente, que só não levamos a sério, porque não fazem a menor ideia do que estão a falar. Por um lado, porque não têm autoridade para falar da pessoa do Cardeal. Quantos é que já leram os seus textos ou o ouviram? Por outro lado, a santificação que fazem da cultura muçulmana é também ela ridícula, pois querer fazer passar que a cultura muçulmana valoriza a mulher, em plano de igualdade com o homem, só pode dar azo a uma sonora gargalhada.

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