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segunda-feira, julho 11, 2011

Esposende em Festa

Devo ao Pe. Delfim Fernandes o maior sermão familiar que levei em toda a minha vida escolar.

Os tempos remontam a 1993/1994, quando frequentava o 5.º ano.

Religião&Moral era a disciplina, ministrada pelo então pároco de Vila Cova. Era aquela disciplina em que toda a gente passava ou com 4 ou 5. Para alguém católico praticante, de família praticante, a meta só poderia ser uma daquelas notas.

Mas quis a ingenuidade (e alguma soberba) própria daquela idade que tomasse como certa a nota ainda antes mesmo de me esforçar por a merecer. A par disso, estando a sala disposta em formato de U, tratei de me rodear de 2 amigos inseparáveis, o Tiago e o João, companheiros de conversas de recreio, e que prolongávamos para as aulas de Religião&Moral adentro. Apesar das várias advertências que levámos de que aquilo era uma aula e não uma sala de café, fizemos ouvidos moucos.

O resultado só poderia ser desastroso: de toda a turma corrida a 4 e 5 no 1.º período, apenas três estudantes não lograram atingir esses mínimos olímpicos, ficando-se pelo humilhante 3. Eu, o Tiago e o João, claro está.

Recordo, filho de boas famílias, e católico devoto, aquele 3 soou para a família a blasfémia. Levei nas orelhas como nunca pensei ser possível. Afinal, era Religião&Moral que se tratava, e não Matemática ou Português onde por sinal os resultados até tinham sido bons.

Mas a lição ficou, para aquele dia e, diria, para a vida toda.

O comportamento nos períodos e anos seguintes na disciplina seriam diametralmente opostos.

O Pe. Delfim manteve-se nosso professor ainda no 6.º ano.

Depois, viríamos a reencontrá-lo uns anos depois, em 1999, onde empossara como novo pároco de Esposende.

Na semana que passou, 5 de Julho, comemorou os 25 anos da sua ordenação sacerdotal, que tiveram ontem como pontos altos uma missa campal à porta da Igreja ,e um almoço-convívio na Estalagem Zende.

Das comemorações nota para o discurso breve, mas de reflexão, proferido pelo arcebispo D. Jorge Ortiga: este ano 3 jovens serão ordenados sacerdotes, 5 párocos celebram as suas bodas de prata, e 18 párocos comemoram as suas bodas de ouro. A crise sacerdotal está à vista, e muitas orações requerem-se para mais vocações.

Ontem foi dia de festa em Esposende. A freguesia, a par da freguesia de Vila Chã, juntaram-se à efeméride das bodas de prata do seu pastor. Que o Senhor lhe continue a dar força para pastorear o seu rebanho com firmeza na fé, generosidade na caridade e alegria na esperança.

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