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domingo, outubro 28, 2012

Auto-de-Fé no Ano da Fé



No início do Ano da Fé, e com aproximação rápida do Natal, fica a sugestão de um bom investimento: "Auto-de-Fé: A Igreja na inquisição da opinião pública".

Trata-se de um livro-entrevista feita por Zita Seabra ao Padre Gonçalo Portocarrero de Almada, que ao longo das mais 300 páginas da obra vai respondendo às perguntas que muitos crentes e não crentes fazem acerca da sua própria fé e não-fé, das suas dúvidas e das suas descrenças. 

O Padre Gonçalo Portocarrero, que faz o favor de ser meu amigo, é um sacerdote com quem estamos 5 horas à conversa e não nos importaríamos de ficar outras 5 horas mais. Não é apenas a clareza exposta na explicação da fé, de forma muito brilhante mas ao mesmo tempo inteligível. É também o humor que vai pontuando no seu discurso, desfazendo a imagem conservadora e antiquada que associamos aos sacerdotes que ousam, nos dias de hoje, continuar a vestir a sua batina.

Estou certo que este livro constituirá um contributo importante na desmistificação da imagem que muitos fazem da Igreja e das verdades da fé, sem nunca se terem dado ao trabalho de estudar ou tentar perceber a sério as suas razões. Isto de falar mal do que não conhecemos, ou só sabemos muito superficialmente, é fácil. Já o que envolve esforço - perceber as razões dos outros - costuma dar trabalho e fica para tempo nenhum.

Espero pela apresentação do livro no Porto, onde farei gosto em estar presente.

Até lá, ficam alguns excertos do livro, aqui

Lance Armstrong

Não consigo ficar indiferente às recentes decisões que consideraram Lance Armstrong culpado por se ter dopado ao longo da sua carreira, bem como de retirarem os sete Tours que conquistou na planície e montanhas gaulesas.
Lance Armstrong é um dos meus ídolos desportivos, e como amante do ciclismo vibrei intensamente com as etapas de que foi protagonista.
A minha admiração por Lance não decorre apenas das vitórias que alcançou em cima da bicicleta. Deve-se, sobretudo, à sua atitude e liderança nas equipas por onde correu.
Tudo começou numa etapa do Tour, poucos dias depois da morte do seu companheiro Fabio Casartelli, em que Lance, sabendo que o seu colega queria arriscar a vitória naquela etapa, tudo fez para a conquistar, o que acabou por acontecer. E nos derradeiros metros antes de cortar a meta, dirigiu os braços para o céu dedicando a vitória ao seu amigo.
Depois, houve ainda aquele contrarelógio por equipas, em que um colega caiu, a equipa partiu-se em 2, Lance ficou para trás, e quando recolaram, Lance salta para a frente e de braço estendido, indicador apontado para a frente, como que a dizer "pra frente é que é o caminho!". Venceram essa etapa.
Mais momentos houve protagonizados por Lance e bem indicadores da sua atitude de campeão.
Para mim, Lance é muito mais do que o doping. Como referi, a sua dedicação, não vacilar nos momentos menos bons, companheirismo, etc, foram exemplos que me marcaram e que procuro pôr em prática na minha vida profissional, em que também trabalhamos em equipa.
Espero que Lance se safe destas acusações de que tem sido alvo. Mas mesmo na hipótese, que não quero nem desejo, de isso não acontecer, não cometerei a injustiça de arrancar o poster que tenho no meu quarto dele, ou apagar os posts laudatórios que escrevi sobre ele. A memória pode ser curta, mas a gratidão deve andar sempre connosco.

quarta-feira, outubro 10, 2012

Nothing left to say!!!

"Numa altura em que o desemprego aumenta a cada dia, era bom que quem gere empresas não perdesse a noção de que quem faz as empresas são pessoas, e as pessoas devem ser estimuladas, valorizadas, devidamente recompensadas pelo seu emprenho, a sua competência, a sua lealdade. Deve ser sempre defendido e elogiado o brio que colocam no seu trabalho diário. Porque são as pessoas o maior activo de uma organização, e o que eu vejo, é que, cada vez mais, em pânico por causa da conjuntura, quem gere esquece muitas vezes que este principio base não mudou: é preciso ser justo com as pessoas que trabalham para uma organização, e ter a capacidade de o mostrar (e isso não passa só pelo aumento de vencimento, que quase nunca é possível), começando pela sinceridade que deve estar num singelo: Obrigado. Em crise ou abundância, na Apple como num escritório de contabilidade qualquer, no Google como numa loja de um shopping, na Nasa como numa fábrica de calçado, em Harvard como numa escola secundária de Portugal, num restaurante qualquer como a construir casas ou a fazer uma emissão de Rádio como a atender num consultório...quem lidera tem de perceber que gere pessoas."

segunda-feira, outubro 01, 2012

Augusto Inácio

Os inícios de campeonato do Sporting fazem lembrar o "Sozinho em Casa" no Natal: já todos vimos este filme até à exaustão, e já sabemos como vai acabar.
Não quero dizer que vai acabar em Maio como nos anos anteriores, porque enquanto há vida há esperança, mas não tenho dúvidas que Sá Pinto está preso por um arame. Não me parece que vá sentar-se no banco de treinador por muito mais tempo.
E é então que me vem à cabeça um treinador, atualmente desocupado, sportinguista, e que nessa dupla condição (treinador e sportinguista), foi campeão no meu clube. Augusto Inácio.
Conhece bem o clube, o futebol português, e o que é preciso pra recuperar o título para Alvalade.
Vamos ver se será, ou não, o senhor que se segue.