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quarta-feira, abril 16, 2008

TE AMO SPORTING

A emoção toma conta do sentimento, do pensamento, da alma, pra expressar seja o que for. Foi o jogo mais belo que assisti em toda a minha vida, em que estive lá no fundo, na fossa (a fazer recordar claramente outro momento importante da minha Vida, naquele mesmo estádio, em 14/08/2005), achando que estava tudo perdido e a questão a colocar era "quantos mais vamos sofrer". No segundo tempo, havia querer, vontade, esforço, dedicação, a devoção começava a reaparecer, mas a Glória teimava em não surgir...Até que veio o primeiro. De Yannick, aquele que eu tanto dizia mal na partida. Depois caímos em cima deles. Estávamos a entrar de novo no jogo. Virámo-nos para o rival e dissemos "We're back". E foi questão de minutos até vir o 2 igual.
De seguida, só a vantagem no marcador para deitar abaixo o estádio. E essa veio, logo daquele que muitos adeptos gozaram e troçaram o ano todo, do velho que estava desacreditado, mas que eu vi a atitude para os colegas de equipa quando entrou, como estando a dizer "malta, não podemos acabar assim. Esta família não merece! Vamos lá reagir pô!". Logo nesse instante comecei a adivinhar o porquê de Paulo Bento ter lançado o velho Ninja 7 meses depois de ausência e logo num jogo destes! Mas o Ninja entrou bem, e foi o tónico decisivo para a reviravolta! Fez o golo merecido, no entanto ainda faltavam cerca de 15m para o fim da partida, e ao contrário de muitos adeptos que já gozavam, não achei que estivesse tudo terminado.

Pois não. O Benfica empatou. No entanto, tal não foi tónico suficiente para eles. O Sporting voltou a cair em cima. E numa jogada individual do Yannick, em que achava que ia dar em disparate, eis que ele nos surpreende com um golo fantástico. 4-3, Meu Deus!! Meu Deus!!
Já faltava pouco para acabar. Agora era sermos inteligentes. Guardar a bola. O Benfica poderia empatar novamente. Aproximaram-se da nossa área. Tremi. Estava com calafrios. Rematam, boa, chutámos a bola para longe! Bolas! A bola parou nos pés deles. Nova investida! Mas oh sorte, que foram pouco expeditos e perderam-se nesse ataque.
Sporting guarda a bola, já só falta pouco, não vamos ser burros. E numa daquelas jogadas de antologia, cruzamento para o outro flanco, onde quase não havia ninguém para Vuk, o grande Simon Vukcevic, meu jogador preferido (a fazer lembrar a garra e talento do Balakov), aquele que por sorte conseguimos desviar do Porto, de primeira, a fazer um golo de antologia!!!
Era muita emoção para um coração com 25 anos!!!
Por muitos anos que viva, este jogo ficará para sempre guardado no meu coração. Novamente o Estádio José Alvalade XXI como palco dos acontecimentos da História da minha Vida :)
TE AMO SPORTING pa-ra-ra-ra-ra-ra-ra TE AMO SPORTING pa-ra-ra-ra-ra-ra-ra TE AMO SPORTING

Começou por ser o «derby» das feridas, de todas as crises, um salve-se quem puder. Acabou por ser um dos mais fantásticos jogos entre Sporting e Benfica. Numa noite, as duas equipas fizeram os adeptos esquecer a amargura e ofereceram-lhes 90 minutos inesquecíveis. Os «leões» seguem para a final da Taça de Portugal. Merecem-no. Estiveram no fundo e subiram a pulso cada centímetro.

Os adeptos foram os primeiros a evitar que o «derby» fosse apenas uma deprimente comparação de dificuldades. No Benfica a surpresa da noite tratou de ser o primeiro a mostrar-se. Aos nove minutos, Dí Maria aproveitou uma falha de Adrien mas ao passar por Rui Patrício escolheu o caminho mais fácil. Caiu. O «penalty» não saiu, o cartão amarelo sim. Mas o lance era uma antecipação do que aí vinha.

Adrien estava perdido à frente dos centrais e isso foi exibido publicamente no lance do primeiro golo do Benfica. Rui Costa e Dí Maria anunciaram durante breves segundos o que ia passar-se. O «10» marcou.

O golo, como se esperava, aumentou a confiança do Benfica e sublinhou a fragilidade leonina. Dí Maria era agora acompanhado pelos «sprints» sem piedade de Rodriguez, mas o 2-0 seria ditado pelos mais velhos. Rui Costa respirou, percebeu Léo num movimento a caminho da linha e deu-lhe a bola. O resto foi simples. Cruzamento, cabeça de Nuno Gomes na pequena área. Fim? Ainda não, mas o Sporting precisava de reagir depressa. Paulo Bento acabou com o repouso de Izmailov e impediu que se prolongasse a agonia de Adrien.

De onde saiu este Sporting?!

A segunda parte trouxe um problema novo ao Sporting. Agora tinha intensidade e organização, o Benfica estava encostado lá atrás. Mas como fazer um golo? Os cruzamentos acabavam quase sempre em Luisão e Katsouranis, as tabelas à entrada da grande área nunca passavam por Petit. João Moutinho ia encontrando a solução aos 60 minutos, quando um remate espantoso encontrou a barra de Quim.

Chalana percebeu o sinal. A ganhar por 2-0, o Benfica estava a correr demasiados riscos por ter tão pouca bola. Sepsi rendeu Dí Maria. Os adeptos gritaram o nome do argentino com entusiasmo e fizeram bem. Mereceu-o. Mas naquela altura os «encarnados» necessitavam sobretudo de colocar gelo no jogo. Não se pode dizer que o tenham conseguido. Um minuto depois Vukcevic apareceu sobre a direita, deu a volta ao romeno e cruzou para o golo de Yannick. Faltavam 22 minutos, o «derby» estava emocionante.

O Sporting empolgava. Era uma torrente de futebol de ataque. Uma, duas, três oportunidades, Quim a salvar o Benfica do empate. Ninguém respirava. O melhor jogo do ano? Sim, sim, mil vezes sim!

Derlei era agora o companheiro de Liedson, sete meses depois. Yannick jogava nas costas de ambos. Izmailov estava em grande, João Moutinho parecia segurar sozinho o meio-campo e finalmente havia Vukcevic. «Até morrer!», gritavam os sportinguistas. E parecia. Insistência do capitão pela direita, cruzamento e Liedson de primeira para o 2-2!

O que faltava ao Sporting? Ganhar 3-2 com um golo de Derlei. Assim foi. Os «leões» viviam uma daquelas noites que os avós contarão daqui a uns anos aos netos. Cruzamento de Izmailov e entrada do «11» para a baliza. Festa? Cedo de mais. A bola chegou à grande área de Rui Patrício, sobrou para Rodriguez e 3-3. Não havia táctica, apenas alma. Não havia sinal de crise, apenas o desejo de heroísmo. Ninguém mandava no melhor jogo da temporada, o mais espantoso «derby» desde os 7-1 e 6-3. Era como se as duas equipas quisessem compensar os adeptos por tanta amargura. Corriam, corriam. Podiam tudo. Yannick Djaló pegou na bola, foi direito a Luisão. Tinha duas opções de passe. Claro que seguiu em frente. Claro que rematou. Claro que foi golo. 4-3. Claro que ainda houve mais um. 5-3, agora Vukcevic. O Sporting derrubou o Benfica naquele que começou por ser o «derby» das crises e terminou com uma das mais brilhantes páginas da história centenária dos dois clubes. Luís Sobral

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