D. Manuel Monteiro de Castro tornar-se-á amanhã Cardeal.
Em entrevista afirma D. Manuel que “o maior problema de Portugal” é o “pouco apoio que o Estado dá à família”. “A mulher deve poder ficar em casa, ou, se trabalhar fora, num horário reduzido, de maneira que possa aplicar-se naquilo em que a sua função é essencial, que é a educação dos filhos”.
Título do Público: "Novo cardeal diz que se deve dar mais valor à mulher em casa".
Como seria de esperar, os comentários feministas não se fizeram esperar. E assim uma boa ideia - permitir maior conciliação horário de trabalho/vida pessoal - morre à nascença.
A partir do título tendencioso do jornal Público a discussão será em torno do conservadorismo de D. Manuel Monteiro de Castro: se o seu pensamento é do século XIV ou século XV.
A esta hora o artigo sobre D. Manuel leva 60 comentários, por contraponto ao caso da semana "o homicida de Beja", cujo suicídio mereceu apenas metade dos comentários.
Fica assim adiada uma discussão pertinente que é a da conciliação do trabalho com vida pessoal.
Talvez se for o Francisco Louçã a trazer a lume o debate (o que antevejo difícil visto não se tratar de uma causa fracturante) este se consiga fazer sem qualquer ruído..
Talvez se for o Francisco Louçã a trazer a lume o debate (o que antevejo difícil visto não se tratar de uma causa fracturante) este se consiga fazer sem qualquer ruído..
1 comentário:
Caro Francisco,
Não podia deixar de comentar esta intervenção... Penso que neste caso todo são donos de "meia verdade"... Se por um lado a questão da conciliação de horários é cada vez mais crítica para a subsistência da "família", e pessoalmente acho que é o motivo pela desagragação dos laços familiares e emocionais da sociedade actual, por outro lado acho que apenas se referir apenas à mulher foi um "tiro no pé" já que se deveria ter falado quer na mulher quer no homem, visto que practicamente qualquer pode (e deve) exercer quase as mesmas funções no seio familiar. Mas a questão continua (quase obrigatoriamente) a merecer ampla discussão quer ao nível das nossas relações pessoais/familiares como nas nossas relações laborais.
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