Ontem milhares de portugueses saíram à rua para protestar contra o Governo e as medidas de austeridade, incendiadas pelas declarações do primeiro-ministro desta semana onde convidou os portugueses a serem menos piegas.
Vejo Jerónimo de Sousa a chegar à "manif" todo satisfeito e contente, dizendo que era a maior manifestação dos últimos 32 anos.
No Expresso leio que Arménio Carlos, novo presidente da CGTP, e a sua n.º 2, são do PCP. A filiação de Arménio Carlos já era conhecida, tratando-se de um membro da ala mais dura do partido. Que a sua n.º 2 também é do partido e da respectiva ala dura é algo que também não surpreende.
A impressão com que fico é que ontem o Terreiro do Paço virou a quinta da atalaia.
A contestação vai subir de tom e há razões para os portugueses estarem insatisfeitos. Mas infelizmente haverá um aproveitamento político e instigação por parte de partidos que não têm qualquer autoridade para falar em nome dos indignados.
Quando o Governo se viu sem margem de saída e teve que pedir ajuda externa, PCP e BE quiseram armar-se em rebeldes e recusaram-se a reunir com os membros da Troika para exporem os seus pontos de vista.
Acho extraordinário virem para a rua e gritarem "fora com o FMI!". A pergunta que coloco é: e aonde é que vão arranjar o dinheiro?.
Volto ao início deste texto: vejo Jerónimo de Sousa a chegar ao terreiro do paço e ser recebido em festa, qual messias. O mesmo homem que ainda recentemente enviou uma mensagem de condolências para a Coreia do Norte, e se recusou a aprovar um voto de homenagem pelo falecimento de Vaclav Havel. Creio que não são precisas mais palavras....
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