João Cepa anunciou ontem que está a ponderar abandonar a presidência da Câmara de Esposende.
Razões para tal? Aparentemente, a postura diferente que tem sentido para consigo por parte de destacados membros do PSD de Esposende que estão à frente de instituições concelhias.
Já em devido tempo assinalei aqui que no exacto momento em que João Cepa decidiu desfiliar-se do PSD, deveria, em consequência, abdicar da Presidência da Câmara, uma vez que era esquizofrénico perder a confiança no partido pelo qual fora eleito e, ao mesmo tempo, continuar a ser secundado por membros desse partido, inclusivé pelo seu presidente local.
No entanto, tal assim não aconteceu. Como também não aconteceu o PSD de Esposende ter anunciado publicamente a perda de confiança política em João Cepa. Pelo contrário. Foi elogiada a dedicação e o espírito de serviço do autarca.
Este anúncio faz recuar no tempo e relembrar a solução que já no passado fora aplicada, precisamente com João Cepa, e que foi o presidente da câmara em exercício renunciar a favor do seu nº 2, por forma a que este ganhe visibilidade para se apresentar em boas condições no próximo sufrágio.
Ora, esta chico-espertice não deve merecer aprovação. É certo que João Cepa pode não sentir ter mais as condições para o exercício do mandato, mas quem criou a falta delas foi o próprio, que não se demitiu quando devia. Mais, o cargo de Presidente de Câmara foi-lhe confiado não para fazer o que quisesse dele, mas para o exercer durante um período determinado, de 4 anos.
A partir do momento em que João Cepa sente que não há espaço para mais, a solução de lançar o nº 2 para a frente, é mais calculismo para eleições no próximo ano, do que propriamente em nome do interesse do Concelho.
Quando a ano e meio do sufrágio, importantes obras estão em curso, impõe-se que João Cepa permaneça no lugar para as concluir, e não deixar para outro o "corta-fitas".
Sem comentários:
Enviar um comentário