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domingo, fevereiro 13, 2011

Marketing de mau gosto

Por estes dias, ao circular a pé por Lisboa, comecei a avistar ao longe um cartaz publicitário, em que aparecia uma modelo nua.
A primeira impressão foi "deve ser um daqueles cartazes de campanha a apelar ao rastreio do cancro da mama". Puro engano!
Tratava-se, nada mais, nada menos, que o mais recente anúncio publicitário do grupo Optivisão a um novo modelo de óculos.
A modelo que se prestou a tirar a roupa e torcer-se toda para não ficar nada à vista é a Helena Coelho, que pessoalmente acho uma das modelos mais bonitas de Portugal, e intelectualmente até lhe reconheço algum mérito (tirando o facto de ter andado com o ex-jogador de futebol Marco Ferreira), pois quando fez uns programas na RTP falava bem, dominando bem a relação com a câmara, dada a empatia que criava.
Mas depois deste anúncio, confesso que a minha consideração pela bela Helena Coelho desceu uns valentes pontos abaixo.
Sei que os tempos não estão fáceis, é preciso arranjar dinheiro, mas caramba, o desespero é tanto que para anunciar a porcaria duns óculos é preciso despir-se toda?
Se fosse um anúncio pelo rastreio ao cancro da mama até que compreendia, agora, por uns óculos?!
Sinceramente, acho que a Optivisão deu aqui um valente tiro no pé. Se há algo que ficará irrelevantemente secundário serão os óculos.
Há pessoas do marketing que acham que promover produtos assim, usando modelos despidas ou semi-nuas será a melhor forma de atrair a atenção do público. Não acho que ninguém vá comprar relógios ou óculos porque quem aparece a promovê-los está nua. Só se for um atrasado mental.
Os melhores anúncios são aqueles que puxam pela criatividade e imaginação, e não os de opção rafeira, como o usar uma modelo giraça nua, só com um relógio ou óculos postos.
Helena Coelho, repito, sai desprestigiada desta campanha. Porque se vulgariza, e diminui o seu papel de mulher, deixando que façam dela um objecto sexual. Por elevado que fosse o cachet, há valores (de dignidade e respeito) que não se vendem a preço algum. O que não foi, infelizmente, aqui o caso.

2 comentários:

Anónimo disse...

Meu caro...os tempos evoluiram e as campanhas publicitárias também. Que não concorde com a campanha publicitária,eu compreendo. Mas que chame atrasados mentais aos conceptores da campanha parece-me uma enorme falta de educação. É ofensivo não só para quem fez a campanha como também para os verdadeiros deficientes mentais. Aqueles que ralmente têm atrasos mentais e que não deviam ser aqui levianamente referidos por vossa excelência FM.
Cps

Francisco Melo disse...

Caro leitor, muito obrigado pelo seu comentário.
Promovi a alteração do título do post para que não fiquem mal entendidos.
O uso da expressão "atrasados mentais" foi empregue com a mesma corriqueirice que, por exemplo, muitas vezes usamos quando estamos a assistir a um jogo de futebol e o árbitro erra gravemente contra a nossa equipa. Nessas alturas chamamos-lhes muitas vezes de "palhaços" sem que estejamos a querer ofender os que fazem disso profissão.
Foi o que se passou neste caso. Mas agradeço a sua nota pois podemos sempre melhorar a qualidade das nossas opiniões.1 abraço, FM.