A crise política, com a demissão do Governo e dissolução da AR, e as contenções orçamentais, em período de crise económica, levaram a que este ano as comemorações do 25 de Abril conhecessem novo palco e novos protagonistas.
A Assembleia da República e discursos dos representantes dos partidos deram lugar ao Palácio de Belém e a discursos dos anteriores e actual Presidentes da República, claramente marcados pelo apelo à união dos portugueses no período mais conturbado dos últimos 15 anos.
Está de parabéns a Presidência da República pela iniciativa tomada. Há muitos anos que as comemorações do 25 de Abril deixaram de dizer muito a tanta gente. Hoje foi diferente. Falou-se de Portugal numa perspectiva supra-partidária, e por isso os discursos foram escutados com outra atenção. Era bom que fosse sempre assim. Há um ano atrás Cavaco Silva dizia que se devia repensar no conceito das comemorações do 25 de Abril. Caiu-lhe quase tudo em cima.
Por ocasião feliz - da contenção das comemorações - o 25 de Abril conheceu este ano novo figurino, e fez ele mais do que as últimas comemorações anteriores todas juntas. Pode ser que alguém tenha aprendido alguma coisa.
Sobre os discursos, parece inevitável que ninguém tem nada a ganhar com divisionismos. O problema é que os principais protagonistas ainda não se deram conta. Os senadores disseram de sua justiça. Pode ser que surta efeito. Pelo menos, de uma coisa podemos estar seguros: os portugueses não têm como ser enganados desta vez. Só se deixará enganar quem quiser.
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