Ontem um programa me prendeu ao televisor. "Os Grandes Portugueses" chegou ao fim... Acho que o programa cumpriu com a sua 1ª finalidade, dar a conhecer um pouco da história de Portugal, ou no mínimo fazer as pessoas recordarem essa mesma história. E a história deste pais, que muitos querem transparecer ser um pais pequeno e medíocre, é uma história grandiosa, feita sem dúvida de "grandes portugueses", mas feita também de gente mesquinha e hipócrita. Tal como em tudo na vida...
Orgulho-me de viver num pais que foi construído por mãos de guerreiros, que se expandiu pelas mãos de "sonhadores" e visionários, de uma pais que tem os seus feitos imortalizados pelas mãos e génios de poetas, que foi piedoso quando assim teve de ser e que fez "rolar" cabeças quando as circunstâncias o exigiam. Sinto orgulho de ser Português...
Não sinto orgulho apenas pela nossa selecção de futebol nem chego ao ponto de colocar uma bandeirinha à janela para afirmar a minha nacionalidade. Vibro todos os dias, porque todos os dias sou português.
No entanto, fico triste ao ver que ainda somos um pais com um certo "atraso" quando se colocam certas questões. E a eleição do "grande português" foi uma delas...
Concordei com a eleição de quase todos os portugueses que figuraram nos 10 finalistas, à excepção claro está de dois... Fiquei surpreso pelo aparecimento de um "desconhecido" da maioria, chamado Aristides Sousa Mendes. Também eu, desconhecendo ilustre português à partida, fiquei espantado com o seu 3º lugar, apesar de achar o seu acto de uma extrema elevação pessoal e de um imenso altruísmo. Salvar 30.000 pessoas de uma morte quase certa às mãos do regime Nazi, contra o próprio regime vigente em Portugal é sem dúvida um acto de coragem que merece todo o nosso apreço.
Mas voltando aos dois portugueses que me chocaram ver nos 10 finalistas, para já não falar na entrada do Hélio Pestana (um actor da morangada) nos 100 primeiros, ver o Sr. Álvaro Cunhal e o Sr. Oliveira Salazar deixou-me profundamente indignado.
Vamos começar pelo sr. Cunhal, e este talvez seja menos controverso para a maioria... Este Sr. ficou na segunda posição, e chegou a esta posição porque foi um defensor da liberdade, foi um oprimido, foi torturado, encarcerado na prisão de Peniche, e teve de viver no exílio durante anos devido ao regime do Sr. Salazar. Será que foi só ele o oprimido, o exilado, o torturado? O que foi da vida de tantos outros portugueses que viveram naquela época, que tinham de viver no limiar da pobreza, que não podiam expressar as suas opiniões, que mesmo não estando encarcerados não dispunham de um direito fundamental, que era a sua LIBERDADE? Seria o Cunhal maior que eles? Porquê? Porque escrever um punhado de livros sobre certas ideologias? Ou porque fazia uns desenhos? (não estou com isto a menosprezar o seu legado) O que seria de um pais que vivia sobre um regime totalitário, sair do mesmo e cair nas mãos de outra espécie de totalitarismo que é o comunismo?
E a vitória de Salazar? Em que estariam a pensar os portugueses para votar numa figura que governou o pais "orgulhosamente só", governou-o e governou-o mal... Tínhamos um pais analfabeto, um pais pobre, um pais agrícola, pouco industrializado... Um pais que no fundo se resumia a Fátima, Futebol e Fado... E que fado o nosso!!!
Protegeu-nos duma entrada na II guerra mundial, e terá sido isso benéfico? É olhar e ver a prosperidade dos países intervenientes no pós-guerra... Mas até nisso ele se saiu mal, porque Portugal teve "direito" a entrar no Plano Marshall (uma ajuda americana para a reconstrução da Europa devastada pela Guerra) e até nisso ele se alheou...
Acho "insano" quem possa ainda guardar boas recordações de Salazar, não vivi sobre o seu regime, mas não lhe guardo nenhuma boa memória, apenas a forma "desmazelada" como deixou o pais, ao mandar para o "ultramar" milhares de soldados que viram a morte de frente, por uma causa perdida, apenas porque um senhor queria segurar um império (o quinto império) que há muito estava desbaratado, tentando segurá-lo com mão firme, sem antes recorrer à diplomacia devida.
Sinto-me revoltado por ver uma figura representativa de um regime ditatorial, que se aliou a outros ditadores, sair "vencedor" deste concurso... É uma imagem indigna de um pais que foi e continuará a ser grande, se em cada um de nós houver um grande português...
Tenho a certeza que em cada um de nós, corre o sangue conquistador e guerreiro de um D. Afonso Henriques, de sonhador e visionário como D. João II (para mim, a personagem que devia sair vencedora) ou o Infante D. Henrique, de aventureiro como Vasco da Gama, de piedoso como Aristides Sousa Mendes ou audaz, forte e convicto como Marquês de Pombal e de poeta e artista como Camões ou Pessoa.
Afinal todos somos grandes portugueses, porque todos nos levantamos de manhã para mais um dia de trabalho, que no fundo é construir este nosso belo Portugal.
Orgulho-me de viver num pais que foi construído por mãos de guerreiros, que se expandiu pelas mãos de "sonhadores" e visionários, de uma pais que tem os seus feitos imortalizados pelas mãos e génios de poetas, que foi piedoso quando assim teve de ser e que fez "rolar" cabeças quando as circunstâncias o exigiam. Sinto orgulho de ser Português...
Não sinto orgulho apenas pela nossa selecção de futebol nem chego ao ponto de colocar uma bandeirinha à janela para afirmar a minha nacionalidade. Vibro todos os dias, porque todos os dias sou português.
No entanto, fico triste ao ver que ainda somos um pais com um certo "atraso" quando se colocam certas questões. E a eleição do "grande português" foi uma delas...
Concordei com a eleição de quase todos os portugueses que figuraram nos 10 finalistas, à excepção claro está de dois... Fiquei surpreso pelo aparecimento de um "desconhecido" da maioria, chamado Aristides Sousa Mendes. Também eu, desconhecendo ilustre português à partida, fiquei espantado com o seu 3º lugar, apesar de achar o seu acto de uma extrema elevação pessoal e de um imenso altruísmo. Salvar 30.000 pessoas de uma morte quase certa às mãos do regime Nazi, contra o próprio regime vigente em Portugal é sem dúvida um acto de coragem que merece todo o nosso apreço.
Mas voltando aos dois portugueses que me chocaram ver nos 10 finalistas, para já não falar na entrada do Hélio Pestana (um actor da morangada) nos 100 primeiros, ver o Sr. Álvaro Cunhal e o Sr. Oliveira Salazar deixou-me profundamente indignado.
Vamos começar pelo sr. Cunhal, e este talvez seja menos controverso para a maioria... Este Sr. ficou na segunda posição, e chegou a esta posição porque foi um defensor da liberdade, foi um oprimido, foi torturado, encarcerado na prisão de Peniche, e teve de viver no exílio durante anos devido ao regime do Sr. Salazar. Será que foi só ele o oprimido, o exilado, o torturado? O que foi da vida de tantos outros portugueses que viveram naquela época, que tinham de viver no limiar da pobreza, que não podiam expressar as suas opiniões, que mesmo não estando encarcerados não dispunham de um direito fundamental, que era a sua LIBERDADE? Seria o Cunhal maior que eles? Porquê? Porque escrever um punhado de livros sobre certas ideologias? Ou porque fazia uns desenhos? (não estou com isto a menosprezar o seu legado) O que seria de um pais que vivia sobre um regime totalitário, sair do mesmo e cair nas mãos de outra espécie de totalitarismo que é o comunismo?
E a vitória de Salazar? Em que estariam a pensar os portugueses para votar numa figura que governou o pais "orgulhosamente só", governou-o e governou-o mal... Tínhamos um pais analfabeto, um pais pobre, um pais agrícola, pouco industrializado... Um pais que no fundo se resumia a Fátima, Futebol e Fado... E que fado o nosso!!!
Protegeu-nos duma entrada na II guerra mundial, e terá sido isso benéfico? É olhar e ver a prosperidade dos países intervenientes no pós-guerra... Mas até nisso ele se saiu mal, porque Portugal teve "direito" a entrar no Plano Marshall (uma ajuda americana para a reconstrução da Europa devastada pela Guerra) e até nisso ele se alheou...
Acho "insano" quem possa ainda guardar boas recordações de Salazar, não vivi sobre o seu regime, mas não lhe guardo nenhuma boa memória, apenas a forma "desmazelada" como deixou o pais, ao mandar para o "ultramar" milhares de soldados que viram a morte de frente, por uma causa perdida, apenas porque um senhor queria segurar um império (o quinto império) que há muito estava desbaratado, tentando segurá-lo com mão firme, sem antes recorrer à diplomacia devida.
Sinto-me revoltado por ver uma figura representativa de um regime ditatorial, que se aliou a outros ditadores, sair "vencedor" deste concurso... É uma imagem indigna de um pais que foi e continuará a ser grande, se em cada um de nós houver um grande português...
Tenho a certeza que em cada um de nós, corre o sangue conquistador e guerreiro de um D. Afonso Henriques, de sonhador e visionário como D. João II (para mim, a personagem que devia sair vencedora) ou o Infante D. Henrique, de aventureiro como Vasco da Gama, de piedoso como Aristides Sousa Mendes ou audaz, forte e convicto como Marquês de Pombal e de poeta e artista como Camões ou Pessoa.
Afinal todos somos grandes portugueses, porque todos nos levantamos de manhã para mais um dia de trabalho, que no fundo é construir este nosso belo Portugal.
1 comentário:
A vitória de Oliveira Salazar nada mais foi do que uma manifestação dos portugueses contra este Governo impiedoso. Este Governo consegue ser bem pior que a ditadura Salazarista. Foi uma "manifestação" contra Sócrates e o seu Governo que me fizeram sentir algum orgulho deste país que por norma se cala e é conivente.
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