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segunda-feira, julho 16, 2007

Sobre as eleições...

Da noite de ontem ninguém pode cantar vitória.
O PS por muito que esfregue as mãos pelo facto de recuperar a câmara n.º 1 do País, e alcançar uma vitória que igual só há mais de 30 anos, mesmo assim, teve um resultado aquém. Primeiro, porque jogando com um peso pesado não teve uma vitória folgada. Pode-se falar da dispersão de votos em Roseta, mas tal não é suficiente. Segundo, porque Carmona ficou em 2º, sem máquina de partido por trás, belo score, e sendo ele acusado como o principal causador da desgraça em que caiu a câmara, mesmo assim, o PS não conseguiu reverter tal realidade a seu favor. Por fim, a elevada abstenção revela que apesar de fartos e cansados da palhaçada em que caiu a câmara nos últimos anos, mesmo assim, o PS não foi suficientemente mobilizador para lhe confiarem um mandato largo.
Marques Mendes foi o principal derrotado. Agiu bem ao querer forçar eleições, pois a câmara estava numa situação insustentável, mas esteve mal ao não ter arranjado uma candidatura vencedora e, sobretudo, ao ter deixado que viessem para fora as suas tentativas infrutíferas em convencer Paula Teixeira da Cruz, Fernando Seara e Ferreira do Amaral (por esta ordem) em protagonizarem a candidatura. Mau de mais! Como se não bastasse, não conseguiu capitalizar o descontentamento ao governo, o que é sintomático do que realmente será capaz daqui a 2 anos quando se tratar de enfrentar Sócrates. Não tenho dúvidas de que seja ele mesmo o candidato, pois os barões do PSD são (lamentavelmente) calculistas e guardam-se para uma altura em que o vento sopre a seu favor.
Paulo Portas também teve resultado miserável. Mas nada que não merecesse. Quem tomou da forma errática e pouco elegante o poder como ele fez, não se pode queixar da memória não muito curta das pessoas, em particular dos lisboetas. Com efeito, ninguém duvida de que fosse Nogueira Pinto a candidata, e o score do CDS seria outro, para melhor. Ao invés perdeu o único representante que tinha na câmara, o que será indiciador da queda em que o partido caiu há muito.
Portas diz que vai reflectir, que algo vai mal na forma de combate político, com a contestação ao Governo a atingir níveis nunca vistos desde que tomou posse, mas mesmo assim CDS e PSD sem descolarem da cepa torta.
É difícil fazer-se oposição com um governo com maioria absoluta e a tomar algumas (boas) decisões que vão no caminho certo. Mas muito pior é serem aqueles dois a protagonizarem a oposição política. Do CDS, fosse Ribeiro e Castro ou o actual Portas, não antevejo grande diferença. Agora o PSD não se pode conformar. É preciso equipa forte, e o que o partido tem feito é dar tiros nos pés. Sócrates agradece.

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