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sexta-feira, agosto 15, 2008

O melhor de sempre

Batman - The Dark Knight é um filme a todos os títulos espantoso. Negro, profundo, sarcástico, irónico, épico, uma construção cinematográfica do melhor que já se fez, e que o remete directamente para a galeria dos grandes filmes de acção de sempre, ombreando por exemplo com um Exterminador Implacável II.
Seria ridículo resumir este filme à majestosa interpretação do Heath Ledger, que faz um papelão com o Joker, dando-lhe uma nova abordagem, assustadora, aterradora, perturbadora, delirante e demoníaca. Cada momento da sua interpretação é uma ode à representação. Merece o Óscar claramente.
Mas como dizia, é redutor resumir o filme ao Joker. O Christian Bale está como o Michal Phelps na água, com o seu Batman. É o melhor actor a encarnar o super-herói. Michael Caine, um Alfred very british, em grande forma, Morgan Freeman com mais tempo de antena, a fazer justificar a sua integração no elenco e, finalmente, não menos importante, Aaron Eckhart como Harvey Dent, a fazer outro papelão, o que é fantástico num filme deste género: como é que com tão grande elenco, todos conseguem brilhar?. Este não é apenas o filme do Joker.
O Batman é o meu herói preferido, muito à frente de Homem-Aranha ou Superhomem. Não é um herói fácil de se pegar, porque a sua personagem é complexa, e não é fácil de assimilar. Houve Tim Burton, que capitaneando Jack Nicholson fez um primeiro filme também ele fora-de-série. Depois o segundo não foi mauzinho, embora uns furos abaixos do primeiro. Os filmes que se seguiram nem vale a pena falar. Siga adiante.
Até que depois de um grande jejum, entrou em cena um senhor chamado Christopher Nolan, também um grande fã da série e que disse "ora vamos cá pegar nisto como deve ser". E então tratou de recontar a história desde o começo. Batman - o Início deu o toque, tendo conquistado nova audiência, e recuperado os fãs que se haviam desligado em descontentamento. Foi um filme que deixava antever uma sequela grandiosa, não só porque ia entrar em cena o magistral Joker, como a boa recepção que teve deu a liberdade para encarar o filme seguinte com a eloquência e grandiosidade que o autor pretendia.
E se pretendia, melhor o fez. Este "The Dark Knight" é um filme deveras intenso, com grandes imagens visuais, e momentos narrativos que parecem nunca mais acabar. Quando pensamos que o Joker é realmente um traste, ele ainda aparece com mais outro plano pra ajudar ao caos, e é preciso um muito bom estofo físico e mental para aguentar e lidar com essas situações. Tanto para quem luta do lado do bem, como até para o próprio espectador. Desengane-se quem pensa que terá um momento de relaxe durante o filme. É sempre a abrir.
Os elogios são mais do que merecidos para este Batman, e a fasquia agora está muito, muito alta. Para o Batman certamente, mas sobretudo para os outros filmes de heróis. Não será exagero, penso, dizer-se que há um antes "The Dark Knight" e um pós-"The Dark Knight".

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