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sexta-feira, março 20, 2009

Papa e um rastilho de pólvora

Recentemente, na sua viagem a África o Papa Bento XVI acendeu um rastilho de pólvora que incendiou meio mundo. As declarações, em que o Papa vinca que a SIDA não é combatida com o uso de preservativos, mas que este é um meio para propagar ainda mais este flagelo mundial, foram do meu ponto de vista totalmente descabidas.
Estar a negar aquilo que está cientificamente provado é um grande erro da igreja católica. Num momento em que a falta de moral, a falta de educação e de sentido de ajuda estão cada vez mais em desuso, a igreja deveria ajustar-se à realidade e assim conquistar as pessoas a "aderirem" e incutir assim alguns valores.
Igreja e ciência podem coabitar de uma forma quase simbiótica, mas a igreja insiste em não se adaptar e reformular certas ideias que estão bastante ultrapassadas.
Não podemos viver numa igreja numa igreja do séc. XVIII quando estamos no séc. XXI, a igreja é feita pelas pessoas e não pelos poderes clericais, estes servem apenas como um meio de manter uma "instituição" de pé, são apenas as paredes, enquanto tudo o resto são as pessoas e Deus. A igreja não pode ir contra aquilo que prega e uma das mais bençãos que Deus colocou nas mãos do Homem; o livre arbítrio.
Espero que a igreja comece uma renovação de dentro para fora, que comece a rêver posições que podem por em causa e afastar fieis. E afastar fieis não implica que os mesmos tenham perdido a fé, mas apenas que os mesmos não se revêm nas posições retrogadas da mesma.
Para além da fé, de pregar a palavra de Deus e fazer caridade, a igreja enfrenta uma nova realidade, a igreja terá de ser educadora sem ser impositória, este é o grande desafio para o séc XXI.

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