Cada novo disco dos U2 é um acontecimento, e são semanas a falar antes, durante e depois. É o assalto em exclusivo à minha aparelhagem, os novos temas a bombarem 24h lá por casa, no trabalho, no carro, sem dar qualquer espaço a outra banda, outros discos.
Comentei aqui o meu contentamento por "No Line On the Horizon", e o quanto achava que era um disco para rivalizar com outros no último lugar do pódio das grandes obras dos U2.
Infelizmente, com o passar do tempo, a apreciação tornou-se mais objectiva, mais real e, para grande pena minha, mais dura.
Tenho que confessar: "No Line On the Horizon" não durou mais que 3, 4 semanas a rodar em exclusivo na minha aparelhagem. Depois fartei-me e começei a ouvir outras coisas. Só o vou ouvindo espaçadamente. Alguma razão para o sucedido?
Continuo a achar que há lá temas ao nível do melhor que os U2 já fizeram: Magnificent, Unknown Caller, FEZ, e Moment of Surrender. De resto, no seu conjunto, é um álbum com todos os temas bem definidos e no seu sítio. Mas, valha a verdade, é um disco que não consegue surpreender, não consegue criar a pica de estar a ouvi-lo até começarem a doer os ouvidos.
O disco não está a puxar os fãs. Por toda a net quem era contra este disco continua, quem estava na dúvida já pende mais para o lado dos que não gostam, e quem gostava e dava o benefício da dúvida começa a reconhecer que o disco afinal não é tão bom como parecia.
Penso que o problema de "No Line On the Horizon" é ser um óptimo disco de U2 há 10 anos atrás. Hoje soa um bocado a datado e faz pensar que os U2 não se conseguem reinventar.
Com base nisso tudo há quem já tema pela Tour e pelo seu sucesso, em termos de ser uma Tour marcante.
Da minha parte, ainda que tenha refreado as expectativas quanto aos novos temas e o que eles poderão significar ao vivo (o que, confesso, até é bom, porque é da maneira que o concerto até acabe por ser melhor do que estava à espera), continuo a achar a presença em Dublin nos dias 24 e 25 de Julho como momentos únicos da minha vida de fã de U2.
É a oportunidade de os ver na sua tribo, de coleccionar mais concertos à minha conta pessoal e, não menos importante, conhecer uma nova cidade!
Em todo o caso, admito que daqui a 6 meses a apreciação volte a ser diferente (para melhor), mas até lá, cabe ver se os concertos fazem por isso. Têm que fazer!
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