Trata-se de uma ocasião de reunião da família à mesa, e celebração da sua unidade, e reforço dos vínculos e laços que nos unem uns aos outros, na certeza de que são o nosso último reduto e aqueles com quem sempre podemos contar. Podemos não nos dar conta disso, mas é a caridade cristã que se vive nesses dias. A par da esperança, vivida na evocação e celebração do nascimento do Deus menino, que nos veio salvar e ser o Caminho, a Verdade e a Vida.
E por ser uma quadra de celebração, inspirados no episódio bíblico em que os Reis Magos oferecem presentes ao Deus menino, também as famílias se presenteiam nesses dias.
Esse momento de troca de presentes, que faz parte da quadra, parece, infelizmente, ter-se esquecido, nos últimos anos, das suas razões fundadoras. E, pior, parece que querem reescrever a história e associar o Natal, não como a comemoração do nascimento do Menino Jesus, mas como uma festa não religiosa, de encontro das famílias às mesas e onde se trocam presentes.
Quando vejo a televisão inundada por anúncios da Popota, da Leopoldina, e não sei quantos bicharocos mais, pergunto-me sobre a inversão que o sentido das coisas tomou, e como foi possível deixarmo-nos anestesiar por ele.
As crianças ficam fixadas nessas personagens, associando-as ao Natal, como se fossem elas as suas principais figuras. Ora, os Pais que são praticantes e têm responsabilidade de educar os seus filhos na fé, deverão ensinar que o 25 de Dezembro não nasceu por causa de uma Popota ou Leopoldina, mas sim por um homem que se chamava Jesus, e que marcou e marca incontornavelmente a nossa vida.
Dir-me-ão que para os não cristãos, esta data não tem qualquer significado. Não deixa de ser verdade é certo, embora muitas dessas famílias tenham acabado sempre por celebrar o Natal, através da reunião familiar. E continuam a fazê-lo nos dias de hoje. Mas se há anos atrás, não havia Leopoldinas nem Popotas, sempre que se sentavam à mesa as crianças tinham presente que a causa de tal reunião era o nascimento de Jesus, nem que seja por o terem ouvido na escola
Hoje, com o anti-clericalismo que reina na classe dirigente, de certo que exterminaram com as canções de Natal nas escolas e a explicação sobre o seu sentido. Sobram então as Leopoldinas e Popotas. E as crianças que se sentam à mesa ficam a achar que o Natal são elas, mais o senhor barrigudo.
Foi com a noção e preocupação da inversão que o significado do Natal tem vindo a tomar, que no ano passado, vários cristãos tomaram uma iniciativa inédita de vender estandartes com a figura do Menino Jesus, para que na quadra natalícia as famílias o colocassem nas suas janelas e assim relembrassem as suas razões fundadoras.
A iniciativa teve um êxito sem precedentes, que superou as melhores expectativas dos seus autores. Muitas famílias ficaram sem conseguir o seu estandarte.
Este ano, essas preocupações foram atendidas, e só não terá o seu estandarte quem não quiser.
Da minha parte já tratei de não ficar fora da ocasião, e com orgulho manifestarei à minha rua e ao mundo a minha alegria de cristão pelo nascimento de Jesus, e que o meu Natal faz todo o sentido por causa dele, e não por causa da Popota, do Pai Natal, nem da Leopoldina.
Antes da Popota e a Leopoldina virem com causas de caridade, já Jesus o anunciava. Não nos queiram tomar por tolos!
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