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segunda-feira, novembro 22, 2010

Um enorme desgosto

No passado dia 17, uma data histórica na minha vida pelas razões já aqui apontadas, entrando já em Esposende para finalmente gozar do merecido descanso parei, no entanto, por breves instantes em casa dos meus avós que me queriam saudar.
À entrada, uma recepção triunfante por parte do Kuky, ilustre residente daquela casa, já lá vão 16 anos, e que apesar da saúde frágil própria da idade avançada, não deixou de pular e pular, como sempre me habituou, de cada vez que ia a casa dos meus avós. Mais, aqueles eram pulos de uma alegria inédita, como se ele próprio soubesse também do grande momento que me tinha acontecido. Bom, certamente que devia saber pois os cães além do faro super-apurado, têm também 1 sexto sentido que nunca nos deixa de surpreender, pelo menos assim era com o Kuky.
Dia 19, sexta-feira, um temporal terrível pelo final da tarde, com uma chuva que não parava de cair forte, e um vento que soprava como se não mais houvesse amanhã. E uma notícia, que há muito já não estávamos habituados: o Kuky fugiu!
Tinha pedido para ir ao quintal, como sempre fizera de cada vez que queria fazer 1 xixi. A minha avó colocou-lhe um impermeável, para que não regressasse de lá molhado. A porta da rua não devia estar fechada. O suficiente para aventurar-se um pouco além do território a que estivera sempre habituado.
Quando era novo o Kuky gostava de fugir e explorar sítios nunca dantes caminhados, mas invariavelmente acabávamos sempre por o encontrar nos mesmos locais. Com o passar dos anos, essa vontade de explorar o mundo passou-lhe, e à medida que foi envelhecendo tornou-se mais adepto de longas sestas no conforto do lar.
Mas a busca desta sexta-feira, infelizmente, não foi bem conseguida. Percorreram-se os locais do costume, ruas e becos nos mais variados cantos e recantos de Esposende, e nada. Foi um sumiço sem igual.
A única explicação é alguém ter dado com o cão perdido, e por estar um temporal horrível, ter, por caridade, acolhido o animal. Porque não estou a ver um cão com 16 anos, cataratas na vista, e sempre cioso do conforto do lar, a trocar o regresso a casa pelo desconforto de permancer debaixo de bravo temporal.
Também já se encarou o pior cenário, isto é, de encontrá-lo morto nalgum canto, mas tendo virado Esposende de um lado ao outro, nem aí tivemos sorte.
Não sei onde pára o Kuky, nem sei que é feito dele.
O que sei é que 16 anos de grande companheirismo não mereciam acabar assim. Não desta forma. Fez justiça à máxima que damos aos cães "o melhor amigo do homem", o nosso fiel companheiro. O Kuky foi um parceiro sem igual que tive, desde a minha infância, passando pela adolescência, e até aos dias de adulto de hoje. Está associado aos melhores momentos da minha vida.
Guardo como última imagem dele os enormes pulos de alegria, e sinto-me invadido por uma enorme tristeza, por não ter tido oportunidade de me despedir dele como o merecia.
É muito frustrante ficar assim sem um cão. Ainda não consigo fazer o luto. A esperança ainda não morreu, mas cada dia que passa, vai-se um pouco dela...
I'm trully fucked up...

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