João Cepa desfiliou-se, desiludido, do partido que serviu durante 21 anos e a quem várias e importantes vitórias garantiu.
No entanto, João Cepa assegura cumprir até ao fim o seu mandato ou não fosse "Esposende" o seu partido. Ora é aqui que reside um problema deveras bicudo.
Embora seja verdade que nas eleições locais se vota mais na pessoa do candidato do que propriamente no partido pelo qual este se apresenta, a verdade é que em Esposende o PSD sempre reinou, independentemente dos candidatos, e João Cepa, por muitos méritos que tenha e que aqui já várias vezes foram elogiados, teve sempre a seu favor uma forte estrutura partidária que ajudou a manter essa tendência vitoriosa, e que agora se decide a desvincular dela.
Para ser coerente com a desfiliação do partido, João Cepa deveria também colocar à disposição o seu lugar de Presidente da Câmara.
Quem ganhou as eleições locais, tanto para a Câmara como para a Assembleia Municipal foi o PSD e não o partido "Esposende". Entre os candidatos representativos de um partido (e sobretudo quando filiados no mesmo) e o partido deve existir um dever de fidelidade recíproco. Ora, quando uma das partes decide, por vontade própria, quebrar esse laço, não podem depois os agentes políticos comportarem-se como donos dos lugares. Não ganham nada com isso, muito menos o partido local, e muitíssimo menos o Concelho.
Alguém já pensou no que serão, de ora em diante, as relações camarárias entre o desfiliado presidente João Cepa e o putativo sucessor e líder da comissão concelhia Benjamim Pereira, sobretudo se o PSD nacional exigir a João Cepa que renuncie ao mandato?
1 comentário:
Quem diria que o "MPT", eventual Partido Esposende, lideraria a Câmara?
Chega a ter certa piada um independente liderar um equipa preparando uma eventual transição para um filiado.
E as juntas de freguesia que eram "independentes" e que deixaram de o ser nas últimas autárquicas? Terá sido combinada esta troca de posições?
Chego a pensar que afinal não era mesmo eu a estar errado no PSD Esposende! O tempo encarregar-se-á de dizer mais qualquer coisa.
Esperem só até ver as próximas autárquicas ... e os ADNs!
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