Ontem, final do dia, fui jantar à cantina com o meu amigo Nélson. Depois de um cafezinho na Faculdade de Direito, ao irmos para casa, damos conta de grande agitação pela reitoria, com largas dezenas de jovens amontoados. Intrigados, fomos apurar do que se tratava. "
É a gala final dos Gato Fedorento". Cum catano, não fazia a menor ideia. "
Então, e como é que se entra? Há bilhetes à venda?" "Não, só por convite?" "E onde é que uma pessoa vai arranjar convite a esta hora? Esquece. Vamos mas é pra casa, e depois vê-se na televisão". No meu caso, no youtube, porque domingo à noite estarei a bombar com Beastie Boys. Mas o Nélson, determinado, decide-se a tentar a sua sorte.
"Espera aí um bocado". Vejo-o a dirigir-se para um assistente que orientava as entradas dos VIPs, e só vejo esse assistente a bracejar em sinal negativo do tipo "
Aqui não há nada". No entanto, uma rapariga da produção, aproxima-se do Nélson, e faz-lhe sinal para ir com ela a uma banca que havia ali mesmo ao lado. Foram, e vejo-a a entregar uns papelinhos ao Nélson, o qual, sorridente, regressa para junto de mim "
Já cá cantam!". E pronto, ia assistir na mítica Aula Magna ao meu primeiro, e o mais especial, episódio da saga "Diz que é uma espécie de magazine".
Como é programa de televisão, havia que aguentar as pausas. Foram Várias. Desconfortantes. Mas pior que tudo, o facto de o programa ter começado tardiamente, já depois das 22.30. As pausas tornaram-se ainda mais penosas. O cansaço fazia-se sentir. Muitos saíram ao longo do programa, durante as pausas. O Nélson primeiro, eu fui depois da actuação dos Da Weasel (uma bosta. Som altíssimo, o que levou RAP a dizer "Acho que os assustaram. Aliás, nós também estamos assustados" e Pac a concordar. A música também está bem aquém do melhor dos Da Weasel). No início o quarteto ainda aproveitava para mandar as suas graçolas, o que ia ajudando a passar as pausas. Mas foi só mesmo no início. Depois, não houve mais nada. Nem uma música som-ambiente. Sinal menos.
Mas de resto, tudo muito bom. O sketch de abertura, uma versão do crime no combóio Expresso Oriente, esteve fantástica. Raúl Solnado em grande como inspector Poirot. E os convidados. Humberto Bernardo, Luís Pereira de Sousa, Rita Salema, também eles com deixas inspiradas.
A música de entrada foi com os Xutos (apesar de não a achar grande coisa), e houve também actuação rebelde de David Fonseca com "After all there was another", o que levou RAP a comentar com graça "Oh David, a Mónica notava-se que estava chateada por ter sido trocada, mas tu tavas mesmo furioso!".
Ponto alto da noite foram sem dúvida os novos tesourinhos deprimentes. Geniais. A da RTP África, e a do cozinheiro da sopa alentejana, são mesmo preciosos.
Os convidados esses foram as "vítimas" dos tesourinhos. Luís Horta do "`samente" esteve muito bem, a fingir-se chateado por ter perdido contra o Presidente da CM de Sobral do Montargaço.
Tenho pena de à 1 ter bazado, mas a plateia era composta por jovens, maior parte a começar exames, e facto de ser a meio da semana, não ajudou. Prova disso, foi o facto de o histerismo em bater palmas ter perdido fulgor de skecth para sketch. Mas de resto foi muito giro.
Parabéns aos Gatos, agora vão para merecidas férias, e a ver se em Setembro/Outubro regressam para nos entreter com mais humor.