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segunda-feira, julho 07, 2008

Indiana Jones - contraditório

E ao 60º e qualquer coisa dia de exibição nas salas de cinema, lá acabei por ver o 4º tomo da saga "Indiana Jones". As hostilidades já tinham sido abertas pelo Felgueiras, cabe-me agora dizer de minha justiça.
Gostei do filme. Boa estória, boa narrativa e, sobretudo, bons desempenhos.
Estória - a associação de extraterrestres às primeiras civilizações (maias, incas) já tem muitos cabelos brancos, e sendo Indiana Jones uma epopeia ligada à arqueologia, era mais do que natural que o tema fosse/pudesse ser abordado na saga. Portanto, nada a apontar.
Narrativa - Se nas estórias anteriores eram os nazis os grandes obcecados com os artefactos museulógicos, desta feita coube aos soviéticos o papel. Um estilo de vilões diferente mas não menos duro e irascível. Houve momentos de acção de grande requinte, com destaque para as lutas no armazém e para o combate de esgrima na selva (aqui admitindo alguns laivos de irrealismo, mas caramba, isto é um filme!). O Felgueiras enunciou a explosão atómica como cena de grande impacte visual. Adicionaria também as quedas nas cascatas (mais uma vez, isto é um filme), um momento verdadeiramente indy ao melhor estilo e a fazer grande homenagem às aventuras anteriores.
Actores - Muitos duvidaram das capacidades de Harrison Ford poder convicentemente pegar de novo no Professor Henry Jones II. Mas a verdade é que o fez e muito satisfatoriamente. Aliás, houve o mérito de ao longo da narrativa a sua personagem ir melhorando, assim como o vinho do Porto. Indiana Jones não teve problemas com o facto de os seus tempos áureos já terem passado, brincando e muito bem com isso. Também teve em grande forma na relação com o filho "you got to finish school" (muito me ri), e nos diálogos com os russos. Nota 18 para a interpretação.
Cate Blanchett, impecável como cientista russa. Grande sotaque, olhar gélido, muito muito boa performance.
Shia Lebouef, para mim, uma grande revelação. Entrou muito bem na personagem, fez um grande contraponto com Harrison Ford, e protagonizaram grandes momentos de comicidade e acção juntos. Desde a cena no bar até ao salvamento das areias movediças, caramba, se isto não é Indiana Jones ao seu melhor estilo, então não sei o que será.
Reconheço que por força das muitas críticas entre o grande desilusão e o fraquinho, as expectativas que nos inícios de Maio estavam nos píncaros, rapidamente desceram para níveis muito moderados. Assim como com o Missão Impossível III. E tal como nesse, talvez por força desses níveis muito moderados, o filme acabou por saber melhor, revelando-se uma agradável surpresa. Por isso acho que este Indiana Jones IV não desonra o passado, e embora não acrescentando nada de novo, faz pelo menos reavivar alguns dos bons motivos pelos quais nos apaixonámos por esta Saga e pelas suas personagens. Tivesse visto o filme logo na semana de estreia e talvez a opinião fosse diferente. Mas felizmente que assim não aconteceu :)

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