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terça-feira, setembro 07, 2010

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Da Europa fala-se, e certamente com alguma razão, que não existem grandes estadistas. Com algumas excepções, na maior parte dos casos são líderes políticos que não se aguentam muito tempo no barco, e não conseguem deixar uma marca no seu mandato.
Tony Blair, terá sido, porventura, a grande vedeta da geração de políticos de meados dos anos 90, tendo batido recordes no Partido Trabalhista, o que lhe granjeou bastante fama e respeito. A Inglaterra afirmava-se como grande nação, que sempre foi, e economicamente continuava a dar cartas pelo mundo fora sem sequer precisar de entrar no Euro.
Mas para Blair, apesar de todos os grandes resultados, parecia faltar qualquer coisa. Talvez ser uma potência dominante e hegemónica como os EUA, terá pensado. E, para isso, nada melhor do que se associar ao combate do terrorismo e entrar pela guerra contra os terroristas adentro.
O melhor pretexto era, portanto, o Iraque. Que, como o passar e saber dos anos veio a provar, foi uma autêntica fraude.
Milhares de soldados morreram. As economias ficaram mais debilitadas por força dos gastos com a guerra. E a legitimidade da guerra, aos olhos da opinião pública, foi com o passar dos tempos perdendo validade.
No último dia como primeiro-ministro, o Independent trazia uma capa muito reveladora: todos os acontecimentos marcantes do mandato de Blair e, como pano de fundo, o Iraque.
Blair não mais se vai conseguir livrar dessa nódoa.
E o que poderia ser, nos dias de hoje, um passear de fama, respeito e saber, como sucede com Bill Clinton, será sempre uma ocasião de protesto, divisão e revolta.
Tony Blair poderia ser hoje uma figura consensual na Europa e no Mundo, mas tal como o crime, a mentira não compensa, e a guerra do Iraque é suficientemente grave para não poder passar para trás das costas e, assim, ficar esquecida.
P.S: Tony Blair publicou a sua autobiografia e está a fazer uma pequena Tour de apresentação. Os acontecimentos que se mostram aconteceram recentemente em Dublin. As apresentações seguintes já estão a ser repensadas, para que não se sucedam novos confrontos.

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