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quarta-feira, setembro 29, 2010

Um País à beira de um ataque de nervos

Nos anos 90, quando estudávamos nos manuais escolares de História os períodos conturbados da política e sociedade portuguesa - sobretudo os mais recentes, Estado Novo e Pós-25 de Abril - e vivíamos em plena euforia dos tempos da União Europeia, pensava para comigo, que bom não ter nascido nessa altura, e sim nesta em que estou a apanhar o País no seu melhor. Afinal de contas, vinha aí a Expo-98, íamos entrar no Euro, e as contas andavam bem cuidadas. Era só auto-estradas, e ir de Esposende a Lisboa já não se fazia num dia inteiro, mas sim em meio-dia.
Hoje, quando leio as notícias em catadupa sobre o agravamento de impostos que aí vem, perda de qualidade de vida, a vinda do FMI, as greves gerais, os partidos do arco Governativo que não se entendem, etc, dou comigo a pensar, no que é que te tornaste Portugal? Como é que pudeste chegar a este ponto?
Não temos desculpas. A culpa pertence-nos a todos. A má moeda foi expulsando a boa moeda, e neste momento, olhando para PS ou PSD, dali não nos vem qualquer confiança sobre como podermos passar este cabo das tormentas da melhor menos dolorosa possível.
À hora a que escrevo, o Governo está reunido a debater as próximas medidas de austeridade. Aumentar o IVA mais 2% e outras medidas que só afundarão ainda mais este País, já de si débil.
Tivemos 1 ano para tentar endireitar as coisas. Mas como era período de eleições, venderam-nos um País que não estava ao nível dos piores da Europa (Grécia, Irlanda).
Pois bem, somos o próximo caso sério de crise na Europa.
Realmente, e voltando aos manuais do tempo de escola, parece que estou a ser puxado para entrar nas estórias que lia e que figuram na História de Portugal.
Como escrevia o poeta, a vida é uma série de acontecimentos que se vão repetindo ciclicamente.
Depois desta crise, virá concerteza um tempo de bonança. Mas quando?
O problema é esse. É que não se vislumbra que tão cedo possamos voltar a estar pujantes como nos anos dourados pós-entrada na UE.
Não foi sorte entrar no mercado de trabalho nesta altura. Salários congelados, clientes que reduzem os pedidos, e as contas da comida, água, luz, casa, sempre no mesmo cifrão.
Enfim, estamos mal, mas chorar também não adianta. Havemos de ultrapassar isto. Porque já lá vão 8 séculos de História, com muita asneira é verdade, mas também muita glória. E é naqueles que escreveram os melhores momentos da nossa História, na sua fibra, no seu sangue frio, que devemos torcer para que os nossos políticos sigam os seus exemplos, e não continuem a navegar à vista, nem a curto-prazo.

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