Contava-me a minha mãe ontem ao almoço que há uma série de pessoas conhecidas que andam a pôr os seus filhos em escolas/colégios nos arredores de Esposende (Porto, Póvoa, Braga) em prol de um ensino de grande qualidade para os seus geniozinhos.
Um caso paradigmático sucedeu na António Correia de Oliveira. A Direcção lembrou-se de instituir prémios para os melhores alunos (e bem!). Então houve uma aluna X que por força das notas venceu o prémio. A mãe da aluna Y não tendo gostado, reclamou, protestou, fez barulho, e o Ciclo acabou por reconhecer a validade dos seus argumentos. Vai daí, também atribuiu o prémio à aluna Y. A aluna X, tendo sabido do sucedido (e note-se que nunca lhe retiraram o prémio nem puseram em causa o mérito do mesmo) entrou em estado de choque e disse não querer mais voltar a estudar em Esposende, nem na António Correia de Oliveira. Os seus papás, muito consternados com a situação, trataram de a transferir para Braga.
Se há coisas de que tenho muito orgulho na vida, foi de ter estudado em Esposende, e nas suas escolas públicas. Tive grandes professores, pessoas que me marcaram, e nunca senti estupidificar-me ou embrutecer-me com o nível de ensino lá ministrado.
Casos como o da aluna X, ou de outros que vão para Póvoas e Bragas julgando lá ter um ensino bem superior ao dos coitaditos que ficam desterrados em Esposende, só me dão vontade de rir.
Se é desta maneira que os papás pensam formar e preparar os seus filhos para a vida, lamento desiludi-los mas não. A aluna X com o mimo e birra revelados, há de ter mais casos como este pela vida fora, e aí como vai ser? Toca a transferi-la de novo? Quanto aos que vão para escolas/colégios de fora, tal não é sinónimo de se tornarem génios. Um aluno bom será sempre bom em escola pública ou privada, e o inverso também. Quanto muito, poderá ser ainda melhor por força do ensino no privado, mas a minha experiência em Esposende diz-me que o ensino lá ministrado não fica nada a dever às melhores práticas do privado.
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