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domingo, novembro 30, 2008

O momento da comédia

Não percebo porquê tanto celeuma com o momento da verdade, na Sic. Afinal de contas, a SIC é que inaugurou o estilo tele-lixo, e programa em que entre a Teresa Guilherme, é certinho e direitinho que vai ser uma grande trampa.

Dito isto, nestas últimas 2 semanas assisti com curiosidade ao programa e, avanço desde já, que este programa é tão sério como os combates de wrestling. Ou seja, nada.

O primeiro concorrente era um ex-Rei da noite. Tinha um bar muito bem sucedido, aventurou-se em mais 3 ou 4, só que, azar, meteu-se com os sócios errados, e perdeu dinheiro. Muito dinheiro. Vai daí, ficou na fossa. Actualmente é colaborador dum amigo seu, trabalhando no bar de alterne deste como….motorista das alternadeiras. Realmente, só pode ser um cargo muito bem pago. A um amigo nosso, casado, na fossa, e que nos pede ajuda, entre arranjar tarefa a servir copos ou ser chauffer das alternadeiras, toca a impingir-lhe a segunda. Extraordinário!

Bom, as perguntas do momento da verdade, em 90% são relacionadas com o tema do sexo. Este caso, como o seguinte (já lá vou) não fugiu à regra.

Perguntava-se ao ex-Rei da noite se já tinha pago para ter sexo. Disse que não, que nunca precisou disso. Verdade.
Perguntava-se depois se já tinha tido facilidade em ter sexo. Disse que sim, que na noite as pessoas são mais desinibidas, e tal proporcionava-se com facilidade. Verdade.
Depois perguntou-se se já lhe tinham pago algum favor com sexo. Disse que não. Nesta altura eu pensei que outra que seria verdade. Afinal, se o homem nunca pagou para ter sexo, e tinha-o com facilidade, não teria problema em dizer sim, se fosse o caso. Mais complicada foi, por exemplo, responder que conheceu a mulher num bar de alterne, e aí disse sem problemas que sim. Portanto, pareceu-me francamente que não era por esta pergunta que ele se iria enterrar. Mas acabou por se enterrar. Uma comédia. Para mim, a honestidade intelectual do programa despia-se claramente à minha frente. Rasa.

De seguida, surgiu uma concorrente, mãe de família, bem casa, a jurar que era pela verdade e contra a mentira. Só teve um homem na vida, com quem casou virgem, seu marido de há 30 anos. Obviamente, que perguntas sobre traição, cobiçar outros homens, etc, não surtiram nenhum efeito. Vai daí a táctica foi espancar o marido: sente que tem um casamento feliz; o seu marido é um bom amante; já teve um orgasmo nos últimos 6 meses; acha que o seu marido a merece; e a tudo isso a parola ia dizendo que não tinha casamento feliz, o marido era fraco amante, já chorou depois do sexo, etc, etc. Impressionante!

Polémicas? Nem uma. O marido ria, aplaudia, a mulher mandava-lhe beijinhos. Estava bem claro que aquilo era um jogo, e podia o polígrafo denunciá-la numa traição, etc, que aquilo valeria o mesmo que nada.

E assim ela foi avançando quase até à vitória final. Isto porque à pergunta o seu marido é o homem da sua vida ela disse que não, mas afinal era mentira. Uau! Que comoção! Mais comoventes as palavras finais de Teresa Guilherme em jeito de consolação “o casamento continua!”. Obrigado Teresa! Por acaso era bonito que terminasse logo ali. Isso é que era acabar em grande!

E bom, assim acabou o momento da verdade. Pelo menos por agora. Um momento da comédia é o que é senhoras e senhores, que figurará na galeria das grandes trampas da Tv Portuguesa, versão trash.

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