João Nunes anunciou um princípio de acordo com o Instituto de Estudos Superiores Financeiros e Fiscais (I.E.S.F.), para a criação de um pólo de ensino em Esposende. Confesso a minha ignorância quanto à existência de tal instituição.
Mas independentemente de considerações quanto ao mérito/utilidade de tal instituição de ensino, não deixa de ser um pouco estranho que a instalação de Universidades se possa basear em princípios de acordos com candidatos a autarquias! Uma novidade para mim.
Que seja uma Câmara a celebrar um acordo desse tipo ainda se aceita, dada a autoridade que lhe está associada para poder vincular o concelho, agora um candidato, que pode nem ganhar as eleições para as quais concorre (que é o que irá acontecer neste caso)? Que levará uma instituição de ensino a sujeitar-se a uma situação deste tipo? Confesso o meu espanto.
Ocorrem-me, aliás, as palavras de José Eduardo Bettencourt quando comentou o anúncio do princípio de acordo de Eriksson com o outro candidato: treinadores de prestígio não assinam princípios de acordos com candidatos.
Com as devidas adaptações, diria também que instituições de ensino de prestígio não assinam princípios de acordos com candidatos.
Que João Nunes enuncie o projecto de trazer uma instituição universitária é uma coisa, agora dizer que já assinou um princípio de acordo soa a ridículo, porque a Universidade é uma coisa muito mais séria e grave do que ficar dependente de resultados de eleições.
O tema da Universidade é recorrente no debate político autárquico. Há dezenas de instituições universitárias espalhadas pelo País, e cabe perguntar se há lugar para mais alguma.
Nos dias que correm, em que o ensino profissional conhece nova pujança, estando a mostrar-se muito mais empregador do que o ensino universitário, talvez fosse melhor repensar-se o ensino profissional que actualmente temos no Concelho, visando um ensino mais diversificado, em vez de se sonhar com Universidades e respectivos pólos.
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