Haja fé!

Paulo Rangel vai avançar contra Passos Coelho na disputa da liderança do PSD.
O melhor Presidente que o PSD pode ter, neste momento tão difícil em Portugal, em que a credibilidade do Primeiro-Ministro é a que é, o Governo preocupa-se mais em controlar a sua imagem pública do que as contas públicas, e as guerras a Cavaco Silva parecem importar mais do que manter 1 cooperação leal com o Presidente.
Não escondo, sempre apreciei muito as qualidades pessoais e políticas de Paulo Rangel. Alguém que tem carisma. Rangel é daqueles políticos que não se lhe conhece um passado sombrio, feito às custas do partido, e sem qualquer outra experiência de vida. É um reconhecido advogado, ilustre académico, foi um bom líder parlamentar, e em campanha surpreendeu muito pela positiva.

O completo oposto do adversário que terá pela frente. Nestes últimos anos quiseram impingir qualidades a Passos Coelho, como a de que é liberal, mas depois contradizia-se nalgumas das suas propostas. Passos Coelho nunca foi solidário com a liderança do Partido, procurou sempre condicionar a prestação de Ferreira Leite, e ainda que esse comportamento (errado) seja típico em todos os candidatos a líderes, acho que foi de mau tom a conduta que adoptou desde que perdeu a liderança do PSD para Ferreira Leite.

Por fim, Passos Coelho julga que ter sido Jota e seu Presidente é uma grande mais-valia. Mas engana-se redondamente. Para o País, isso não diz rigorasamente nada. Não é por aí que se reconhecem as qualidades para Primeiro-Ministro.

Rangel vai ter dura batalha, que Passos Coelho tem o aparelho com ele. Mas quero crer que no PSD a força das ideias vai prevalecer sobre a força do aparelho. Porque disso depende o relançar de um Partido, que já foi o maior no passado, e que hoje vegeta pelos 23%-25% nas sondagens.