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sexta-feira, novembro 16, 2007

O Pai Natal

O Natal ainda vem longe, mas já se notam as ruas ornamentadas... Prefiro não pensar no natal, e apenas sentir aquilo que de melhor o Outono nos dá: as árvores denudam-se, começamos a sentir aquele frio que nos arrepia a espinha, mas que sabe bem de quando em vez, o cheiro a castanha assada (pena que os assadores de rua estejam a desaparecer), a noite nos abraçar ternamente mais cedo... Provavelmente é uma das alturas do ano que gosto mais, não costumo gostar de coisas demasiado estáveis, daí o Outono ser uma época de eleição. Aliás, a primeira letra da minha curta carreira de letrista chama-se "Outono", "... não vivas no passado / o que foi feito já está...", ahahahahahahah (deprimente).
Mas nesta época somos assolados por uma figura mítica, uma figura que nos acompanha desde criança... O Pai Natal!!!
Ora o Pai Natal é uma personagem estranha, baseada no São Nicolau, catapultada para a fama por uma marca de refrigerante (não faço publicidade não paga) e que tenho dúvidas se este ano também não aparecerá vestido de Cor-de-Rosa em substituição do seu tão peculiar fato vermelho...
Eu pergunto: "Se existe o vermelho ferrari, porquê não existe o vermelho Pai Natal???", isto é discriminação!!!
Mas a particularidade desta personagem, prende-se ainda com o nosso estado evolutivo. E vocês perguntam: "Com o nosso estado evolutivo?"
Óbvio, quando somos crianças, acreditamos piamente que o Pai Natal desce pela chaminé, mesmo que esta tenha um exaustor e tenha para ai 50cm de largura. É fantástica e boa a nossa "ingenuidade Infantil". Como é que um gajo gordo que nem bola, com um diâmetro total de metro e meio, consegue passar por uma chaminé com três vezes menos largura, e ainda por cima o gajo desmonta o exaustor só para nós deixar as prendinhas... Aplausos para a generosidade e paciência deste homem. Falo em exaustor porque há casas que não tem lareira, mas mesmo nessas é engraçado, porque na noite de natal esta fica acessa, ou seja o gajo além de generoso e paciente é parvo, porque se vai queimar....
Depois deixamos de acreditar nessa personagem mítica, porque nos começamos a aperceber que a lareira até queima mesmo, que desmontar um exaustor é complicado, que fazer passar um gajo com 1.5m de diâmetro pela chaminé é impossível e que dar a volta ao mundo, num trenó puxado por várias renas, em que uma delas se chama Rodolfo e bebe 7up (fiz publicidade não paga, dassssss) é completamente surreal.
Mas apesar de tudo isto, com o aparecimento de miúdos na família ou até mesmo de descendência directa, voltamos a dar vida ao Pai Natal e passamos a contar a história de sempre, e em alguns casos a personifica-la. Mas pronto, acontece uma vez por Ano, porque no resto do ano o Pai Natal está não sei onde na Lapónia a fabricar brinquedos. Eu que pensava que os brinquedos eram feitos no mundo encantado dos brinquedos da Leopoldina!!! Fiquei abalado psicologicamente!!!
No final da vida, conseguimos parecer o Pai Natal, começamos a engordar, se deixarmos crescer a barba, se esta for branquinha, e se nos vestirmos de vermelho com um capuz vermelhito, digam lá que não ficam com grande pinta? :)


Acreditamos, deixamos de acreditar, somos e no final parecemos.
Porra Pai Natal, deixa de me perseguir!!!

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