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sábado, dezembro 09, 2006

Uma prenda de mim para mim


Engraçado pensar que durante muitos anos tinha uma antipatia não disfarçada para com os Beatles e a sua música. Os sons e imagens que me vinham à cabeça era a de 4 moços jovens e distintos, com imensas miúdas, histéricas, de cabeça perdida à sua volta, e músicas pop-irritantes do estilo "Hey Jude", "All you need is Love", "Love me do", etc....Enfim, os Beatles eram tudo aquilo que não gostaria de ver numa banda minha preferida (na altura, Metallica e Pearl Jam) e ouvir Beatles para mim não era cool.
Hoje, admito o preconceito. O mesmo que me levou em tempos a não gostar de U2, não porque alguma vez os tivesse ouvido, mas porque a primeira vez que vira o seu nome fora na revista "Super-Pop" que era dedicada às meninas adolescentes e onde figuravam bandas do tipo Take That, Boyzone, Backstreet Boys e afins. Ora, se nessa revista super-irritante só apareciam nomes de boys-bands, ver lá o nome de U2 significava "ora aí está mais uma boys-band. Nem quero saber das suas músicas. Não gosto de U2, e pronto!"
Volvidos estes anos todos, hoje considero os U2 a banda, e o dia 14 de Agosto de 2005 figura no top dos dias mais fantásticos da História da minha vida.
Bom, consumir U2 levou a procurar descobrir as bandas que influenciaram o som de Bono, Edge, Adam Clayton e Larry Mullen. Ora, umas das coisas que mais me intrigavam eram as constantes referências do Bono aos Beatles, em particular ao John Lennon, e o muito que eles marcaram os primeiros passos dos U2. Não queria acreditar. Seria que a minha banda preferida na adolescência também ficara hipnotizada porque aquelas vedetas, tipo Beckhams dos anos 60, que para mim não tinham nada de cool??? Mandou o bom-senso que pusesse a parvoíce de lado, e me dedicasse a ouvir mais um bocado de Beatles, para além de "Hey Jude", "All You need is Love" e "Love me do".
Confesso a rendição. A história da música no século XX tem um antes e depois de Beatles, e com toda a justiça. Os rapazes de Liverpool foram qualquer coisa. Fab-Four muitíssimo bem aplicado.
"Blackbird", "Here comes the sun", "Helter Skelter", "Get back", "Don`t let me down", "Across the universe", "Norwegian Wood" etc, grandes malhas que fazem dos Beatles uma banda de referência e, sobretudo, cool.
Nos dias de hoje sou fã, e muito, de Beatles, e o Felgueiras é bem testemunha da minha histeria quando no final da Beautiful Day o Bono mete o snippet da "Srgt Peppers Lonely Hearts Club Band". Arrependo-me profundamente dos meus preconceitos naqueles anos todos.
Bom, os Beatles enquanto banda já não existem há muito, os seus discos já estão mais do que virados e revirados, best-of idem aspas, mas de vez em quando surge uma surpresa agradável.
Ora bem, a pretexto dum espectáculo dos Cirque du Soleil, pegaram-se nas grandes malhas dos Beatles e, preservando as vozes dos grandes artistas, deu-se uma nova sonoridade à séc XXI. Dizem os críticos estar qualquer coisa de fantástico. Mal posso esperar para ouvir. E, aproveitando a proximidade do Natal, decidi oferecer-me uma prenda de mim para mim.

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