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sábado, março 27, 2010

E agora Pedro?

Passos Coelho venceu categoricamente a corrida à liderança do PSD. 61%, contra um bom adversário como era Paulo Rangel, não deixou margem para dúvidas. Passos Coelho foi persistente, nunca deixou de encarar esse seu desígnio, e teve na votação expressiva que obteve o devido reconhecimento.
Depois do partido, segue-se agora o País.

O PS que se cuide. Passos Coelho não tem nada a ver com os últimos líderes do PSD. Não transparece imagem apagada como Ferreira Leite tinha, não tem discurso atabalhoado e inconsequente como Felipe Menezes tinha, e tem o aparelho na mão, algo que Marques Mendes nunca conseguiu satisfatoriamente. E depois, pormenor não menos decisivo, o Governo socialista está nitidamente em queda-livre. Os ministérios estão a mexer-se muito pouco. Cheira a poder, e o contexto em que Passos Coelho assume a liderança é-lhe muito mais favorável, do que aquele que Ferreira Leite ou Mendes tinham.

Serão tempos interessantes os que aí vêm. Passos Coelho tem, primeiro que tudo, que mostrar que é capaz de conseguir a propalada unidade do Partido. 60% dão-lhe margem confortável para conseguir tal. Por outro lado, Paulo Rangel e Aguiar Branco, representantes das outras correntes do partido, tiveram um discurso de derrota muito vertical e exemplar, pondo-se ao serviço do Partido nesta hora difícil em que é preciso dar uma verdadeira alternativa ao País. Não foi apenas discurso de derrota da praxe. Aguiar Branco e Paulo Rangel não estão na política para se servir dela mas para a servir. São dois bons activos do Partido, e a terem em conta.

Depois de unir o Partido, segue-se o País. Nesse aspecto, Passos Coelho tem que demarcar a sua posição. Com ele, o OE 2010 ou o PEC não passariam da forma como Ferreira Leite os deixou passar. No entanto, não se lhe conhecem exactamente os termos das suas propostas alternativas para que esses documentos pudessem passar. Os tempos que se seguirão serão de clarificação desse pensamento, importante para que os portugueses vejam que o PSD não quer ser poder só por poder, à conta do desgaste do PS, mas porque tem efectivamente propostas diferentes.

Última nota para dizer que política é assim mesmo, e nem sempre o nosso candidato é o vencedor. Registo a enorme satisfação dos militantes do PSD, apoiantes de Passos Coelhos desde a primeira hora, pela sua vitória. Esposende também não foi excepção. Ainda que passos Coelho não tivesse sido o meu candidato, espero e desejo que faça um bom mandato. Portugal precisa dum partido líder da oposição forte. E o PSD precisa de provar que não é um atoleiro onde se queimam líderes uns atrás dos outros.

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