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sábado, agosto 15, 2009

Os concertos

24 e 25 de Julho eram as datas dos concertos que ia assistir no Croke Park para ver os U2.

A primeira noite ia sozinho, que o meu primo e a Leonor só queriam ir a um concerto, tendo optado pelo 2º.

No entanto, havia os bilhetes do Felgueiras para vender e então fomos os 3 rumo ao Croke Park. O Zé e a Leonor ficariam a tentar vender os bilhetes e a não serem apanhados pela Garda!

GA standing, o mesmo é dizer, relvado, era o local para assistir aos concertos. No entanto, e já não bastava os kms acumulados nas pernas ao longo dos passeios por Dublin, e ainda tive que dar volta enorme ao estádio todo para entrar na porta que dava acesso ao relvado. Assim estava determinado pela organização e assim fui em romaria até à minha entrada no estádio.

Sobre os concertos de aquecimento, nada a reter. Todos fraquinhos. Os Kaiser Chiefs ainda foram menos maus, mas não causaram o mesmo entusiasmo que aquando da Vertigo Tour ou mesmo do concerto que vi deles em Janeiro no Porto. Afinal, este seria o meu 4º concerto de Kaiser e estou naquela fase em que tenho que fazer um intervalo da banda. Ainda assim, tocaram os hits e ajudaram a queimar muito tempo.

Sobre os concertos dos U2, seguem-se os momentos altos:

Kingdom – é o tema de entrada, de autoria dos U2. Um tema diferente do que eles têm composto e muito, muito interessante. Cria uma dinâmica em crescendo de emoção, pela aproximação rápida da banda. Pensava no quão seria difícil os U2 arranjarem outro tema tão grandioso de entrada como a Wake Up dos Árcade Fire, mas este Kingdom tirou-me as dúvidas todas! Ainda por cima, aparece logo a seguir ao Space Oddity do David Bowie, uma parelha fantástica.

No Line on the horizon – o primeiro grande momento da noite, de comunhão com o público. Um tema bem rockeiro, com muitos oh-ohs para serem cantados e não desiludiu. Quando a música começa a abrir precisamente nos oh-ohs o “everyyyyyboooodyyyy” da primeira noite e o “crooookeeee paaaaaarrrkkkkk” da segunda levaram o estádio abaixo e soube bem como tudo gritar com todo o coração e alma! É um tema brutal!

Get on your boots – como single nunca entusiasmou, sendo até a primeira pedra por onde pegam muitos desiludidos com o último disco. Mas ao vivo transfigura-se. O the future needs a big kiss a meias com o hino da Europa dá um início vigorante que depois com os primeiros acordes do Edge conquista toda a gente e é ver o estádio todo a pular. É um óptimo tema ao vivo, e foi muito saboroso nas duas noites.

Beautiful Day – com intro diferente, a apelar a sons médio-orientais, e depois a guitarrinha do Edge, lindo, lindo, lindo! Foi outro tema alto da noite! Na primeira noite teve direito a snippet da Blackbird (tão linda!) e na segunda foi como em Alvalade, a Here comes the Sun (que saudades de Lisboa!).

Mysterious Ways – se na noite anterior Until the End of The world já tinha dado o mote nos temas que “sempre quisera ouvir”, mysterious abriu o mote nesta 2ª noite. Dedicado a Sinnead O’ Connor, foi igual a si próprio (isto é, como surge nas edições em DVD), com direito a menina em palco e tudo! It’s allright, It’s allright, It’s allright que fantástico soube cantar a plenos pulmões estes versos!

Angel of Harlem – Outro tema que ao vivo supera 150% a versão em estúdio. Igualmente cantado a meias com o público, teve no final ainda direito a snippet de Don’t stop till you get enough de Michael Jackson. Outro momento alto da noite!

Still haven’t found
– com início diferente, desta feita com os 4 a tocarem logo de início, é um tema que não pode falhar de qualquer setlist dos U2. Tal como a One da noite anterior, que tinha sido bem melhor que em Alvalade, também no dia 25 a still haven’t found foi muito melhor que a versão tocada em Alvalade. E, mais uma vez, o público a puxar da garganta. 80,000 em coro, foi arrepiante!

In a little while – dos melhores temas de ATYCLB, não esperava nada ouvi-la ao vivo. Foi muito boa, adorei! É um tema que me dá sempre imenso prazer tocar na garagem do 26, e ouvi-la no Croke Park deu mais ainda. Ou não fossem os autores originais da canção que estavam a tocá-la diante de mim!

Desire/Stuck in a moment – o set acústico da noite e logo duas das minhas músicas preferidas de sempre da discografia da banda! A desire foi cantada a meias com o público (arrepiante) e a stuck teve o Edge a puxar dos galões na parte que lhe competia. Uma coisa é ver estes temas repetidas vezes em dvd, mas quando tamos lá ao vivo é um impacto que não tem explicação. Nem o melhor dos dvds consegue repetir essa experiência. Nem 20m de concerto tinham passado, e os U2 já tinham mostrado porque são eles a maior banda do mundo. Estavam em grande!

The auld triangle/One – o momento que confirmou porque é que é imperativo ver os U2 na Irlanda, porque é que não há concerto igual a um dos U2 em Dublin. Um tema dedicado ao Ronnie Drew, figura mítica da música tradicional irlandesa, e o Bono depois a agradecer aos visitantes que vêm de todo o mundo para ver os U2 “because they know that the best place to see U2 live is right here! Best place in the world!” .

A One não tinha impressionado em Alvalade, não impressionou muito na segunda noite (porque tanto num como noutro caso foi tocada já para o fim), mas neste caso, tocada assim logo de início, sem discurso de 5m do Bono, deu-lhe outro encanto especial, que ajudado pela voz em boa forma do Bono fez-me voltar a apaixonar de novo pela One e cantar o “do you hear us come lord” com um vigor como só cantava no dvd da Popmart. Amei o momento!

Until the End of the World – logo a seguir à One, um dos temas por que esperei toda a vida! Entrei em histerismo! É a par da Bad e da Streets o melhor tema ao vivo dos U2! Brutal! Cantei, saltei ao mesmo compasso que o Bono, enquanto este agitava a bandeira da Irlanda, saltei que me fartei, a Until é um tema do caraças! Muito bom mesmo!

Unknown Caller – se para o dia 24 os jornais anunciavam “heavy showers” o mesmo é dizer chuva forte e da grossa, mas no final não choveu, para o dia 25 as previsões eram de bom tempo, mas a verdade é que durante o concerto começou a chover..e forte, obrigando até o Larry a tocar debaixo de um guarda-chuva engraçado. Valeu o impermeável e capuz que tinha levado e que grande jeito me deu na estadia em Dublin.

Unknown Caller é uma música que me diz muito, a par da Moment of Surrender. E não desiludiu! Foi um dos melhores momentos de sempre que assisti dos U2 ao vivo. Porque a meio começou a chover forte e o Bono no fim a cantar “oh-ooh-oh, oh-ooh-oh, Let it rain, cause we don`t care, Croke Park…so punch it in”. Brutal! Depois tem um solo do Edge que foi uma ma-ra-vi-lha, e os “oh-oohs” são qualquer coisa! Foi, aliás, isso que me fez apaixonar à primeira pela música, ainda circulava uma versão manhosa gravada à porta da casa de praia do Bono em Nice, e que era intervalada pelo barulho das ondas a rebentarem em força.



The unforgettable fire – tema mítico dos anos 80, do álbum com o mesmo nome, e que os U2 já não tocavam aí há uns 20 anos. Foi especial e gostei muito de testemunhar o seu regresso à Irlanda. O Edge no piano continua a rular!

City of Blinding Lights/Vertigo – Os únicos representantes da Vertigo Tour nesta Tour. São 2 temas emblemáticos e de que gosto muito. Eu e as 80,000 pessoas no Croke Park, que toda a gente vibrou. A Vertigo está com um início ainda mais arrojado, com a guitarra do Edge a rular forte. Muito bom. A City soube bem, sobretudo na 2ª noite em que na parte do “time” o Bono canta “time…for Portugal”, a olhar fixamente para uns fãs portugueses na elipse que mostravam a bom mostrar a bandeira e cachecóis lusitanos! Foi tão bom ouvir Portugal no Croke Park! Magnificent!

Crazy tonight – Senhoras e senhores, permitam-me que vos diga, mas este tema, a par da Bad, foi o tema nº 1 das noites dos concertos! Uma versão remix de todo inesperada, com a banda à volta da elipse, o Larry a tocar djambé, o Edge a saltar e gritar “go crazy tonight”, o estádio virou discoteca e era toda a gente ao rubro, sobretudo os U2. Notava-se que eles tavam a adorar este pequeno momento, diferente de todos os outros do concerto. É o tema que mais oiço das versões piratas, e nunca me farto de ver os vídeos do youtube. Legendary!



MLK/Walk On – Outros dois temas míticos da discografia dos U2, sendo Walk On a minha música preferida de ATYCLB e uma das favoritas da discografia da banda. Saber que a tinham recuperado para esta Tour foi notícia fantástica, e as suas interpretações ao vivo não desmereceram a elevada expectativa. É certo que não teve os “hallelujahs” que terminavam a Elevation Tour, mas o momento político associado, nomeadamente o tributo a Ann SAn Su Kii, com dezenas de pessoas envergando a máscara da líder birmanesa a entrarem no placo e porem-se diante do público todo, foi um momento marcante e de grande simbolismo.
Musicalmente falando, MLK e Walk On estiveram irrepreensíveis. Foi de facto muito bom ouvi-las ao vivo, pela primeira vez! Outro propósito de sempre cumprido!

Bad – Em Alvalade, na Vertigo Tour, tinha nomeado Where the streets have no name como o melhor tema da noite, e o melhor tema ao vivo dos U2.
Hoje, passados 4 anos, mantenho a eleição da Streets, mas perigosamente encostada ao 1º lugar está a Bad, para mim, o melhor tema tocado no Croke Park.

É um tema muito especial na discografia dos U2, e assim que começaram a ecoar os seus acordes e a 40 foi momento apoteótico no estádio. É uma música que pede muito à voz do Bono e que ele nem sempre esteve à altura nos últimos anos. Mas nesta noite, e porque era em casa que estávamos, a música saiu cristalina da sua voz. Os “wide aways” foram arrepiantes! E se a isso juntarmos o snippet do “fool to cry” dos Rolling stones e a 40 novamente, então temos uma Bad servida na perfeição! Melhor era impossível!

Como era o dia de anos do John Felgueiras, e sabendo ser essa a música mais desejada por si para ouvir num concerto dos U2, ainda que não estivesse presente fisicamente, e não pudesse ir ter com a Bad, foi a Bad ter com ele, e tive muito gosto nisso! Parabéns John!



Ultraviolet – Das minhas músicas preferidas do acthung baby e dos concertos ao vivo dos U2! Estava mesmo expectante por a ouvir ao vivo e não saí desiludido! O casaco brilhante do Bono e o seu micro em espécie de volante deram o toque especial a um tema que infelizmente os U2 deixaram na gaveta durante tanto e tanto tempo, mas que quando pegam nele prova ser um dos temas mais fortes da banda ao vivo, e a confirmar ser um dos cartões de visita do melhor disco da carreira da banda!

With or without you – Um tema clássico que nunca perde qualidade com a passagem dos anos! Cada vez mais entoado em conjunto com o público, era difícil saber onde acabava o Bono a cantar e começava o público! Todo o Croke Park cantou em uníssono! Foi fantástico!

Para mim teve o condão especial de ser a música dos U2 preferida da Elena! E, como não poderia deixar de ser, estabeleceu-se uma ligação directa do Croke Park para a Rua da Visconda para também mais uma fã se associar à entoação dos versos da With or Without You.

Moment of Surrender – o tema que fecha a 360º Tour. O melhor tema de No Line On the Horizon! Os U2 sempre nos habituaram a grandes finais, e este é um deles! Um tema que começa e acaba a 2 (U2 e público), ficando no final o pesar por 2h15 de concerto terem acabado num ápice! Adorei, adorei, adorei! O melhor dos 2, o da 2ª noite, indiscutivelmente! Com o público a bater palmas ao ritmo marcado por Bono, foi um momento arrepiante! Numa me canso de ouvir o tema. Os “ooh-oohs” a abrir e finais são um momento de comunhão U2-público brutal! Ficam na memória, e quando sair o concerto da Tour em dvd não terei dúvidas de que será um dos seus momentos altos.

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